Bank of America reduz projeção de crescimento global
A projeção de crescimento do PIB global foi reduzida para 2,8% em 2025 e 3% em 2026

O Bank of America (BofA) revisou para baixo suas estimativas de crescimento econômico global, atribuindo a decisão ao aumento das tarifas comerciais e à crescente incerteza econômica provocada pelas políticas do ex-presidente Donald Trump. Em nota divulgada nesta segunda-feira (22), o banco afirmou que a escalada tarifária está se desenrolando conforme previsto, mas com execução mais volátil, o que gerou um “choque de incerteza considerável” com impacto negativo em quase todas as regiões do mundo.

A projeção de crescimento do PIB global foi reduzida para 2,8% em 2025 e 3% em 2026 — cortes de 30 e 20 pontos-base, respectivamente. Segundo o BofA, cerca de um terço dessa revisão é explicada pela desaceleração esperada nos Estados Unidos, enquanto o restante reflete perspectivas mais fracas para China, Japão e mercados emergentes.

Nos EUA, o banco projeta crescimento de apenas 1% em 2025, abaixo dos 2% estimados anteriormente, com inflação em alta e atividade econômica estagnada — cenário que, segundo os analistas, favorece o risco de estagflação. O núcleo do índice de preços de gastos com consumo (PCE) deve atingir 3,5%, enquanto a expectativa é de que o Federal Reserve mantenha os juros inalterados ao longo deste ano, com possibilidade de corte de 100 pontos-base somente em 2026.

No plano comercial, o BofA antevê uma redução moderada nas tarifas, com um eventual acordo entre EUA e China, mas ainda prevê que as tarifas chinesas atinjam 50%. Para Canadá e México, a expectativa é de tarifa efetiva de 5%, enquanto outros países podem enfrentar taxas próximas a 10%.

Na China, a estimativa de crescimento para 2025 caiu para 4%, bem abaixo da meta oficial de 5%, refletindo pressões deflacionárias persistentes. Já na zona do euro, o banco projeta expansão de apenas 0,8% em 2025 e 1,0% em 2026. Para o Japão, a revisão foi ainda mais severa: crescimento de 0,1% em 2025 (queda de 0,9 ponto percentual) e inflação de 2,4%, o que deve manter o Banco Central japonês em compasso de espera.

O Reino Unido também teve sua projeção rebaixada, com previsão de crescimento de 1,1% em 2025 e 1,3% em 2026.

Na conclusão do relatório, o Bank of America destacou que seu maior temor é um novo choque de incerteza global com impactos mais profundos e duradouros sobre os investimentos e o consumo, alertando que os riscos seguem inclinados para o lado negativo.

redacao
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