Bradesco registra lucro de R$ 5,4 bilhões no 4º trimestre de 2024, alta de 87,7%
No acumulado do ano, o banco registrou um lucro de R$ 19 bilhões

O Bradesco (BBDC4) reportou um lucro recorrente de R$ 5,4 bilhões no quarto trimestre de 2024, representando um crescimento expressivo de 87,7% em relação ao mesmo período do ano anterior. O resultado superou levemente as expectativas do mercado, que aguardava um lucro de R$ 5,3 bilhões, segundo o consenso da Bloomberg.

No acumulado do ano, o banco registrou um lucro de R$ 19 bilhões, alta de 20% em comparação com 2023. O CEO do Bradesco, Marcelo Noronha, destacou que o desempenho ficou cerca de R$ 2 bilhões acima do projetado, atribuindo o resultado ao aproveitamento de oportunidades em linhas de alta margem líquida.

Desempenho em comparação aos concorrentes

Apesar da recuperação, o Bradesco ainda não conseguiu superar a rentabilidade de seus principais concorrentes. O retorno sobre o patrimônio líquido (ROE) ficou em 11,7%, um avanço de 1,7 ponto percentual em relação ao ano anterior. O índice, contudo, permanece abaixo do registrado pelo Santander Brasil (SANB11), com ROE de 17,6%, e pelo Itaú (ITUB4), com 22%.

Perspectivas para 2025: foco na sustentabilidade do crédito

O CEO do Bradesco afirmou que o banco reduzirá o apetite por risco na concessão de crédito em 2025, diante de um cenário macroeconômico desafiador. “Nossa carteira de crédito crescerá em linha com o mercado em 2025. Nossa opção é por garantir a sustentabilidade da nossa jornada, evoluindo com segurança e mantendo o custo de crédito sob controle”, disse Noronha.

O banco espera que o crescimento das receitas, aliado ao controle do risco de crédito, seja o principal fator para a melhora da rentabilidade em 2025. O guidance divulgado projeta um crescimento de 4% a 8% na carteira de crédito expandida e uma margem financeira entre R$ 37 bilhões e R$ 41 bilhões.

Melhora na inadimplência e no desempenho operacional

O índice de inadimplência acima de 90 dias recuou 0,2 ponto percentual no trimestre e 1,1 ponto percentual no ano, fechando em 4%. O banco destacou a melhora em todos os segmentos, refletindo a qualidade das novas safras de crédito. As despesas com provisões para devedores duvidosos (PDD) caíram 10,6% em relação ao ano anterior, totalizando R$ 8 bilhões.

A carteira de crédito expandida atingiu R$ 981 bilhões, um aumento de 11,9% no trimestre e 4% no ano. O crescimento foi impulsionado principalmente pelas operações de crédito para pessoas físicas (alta de 13,3%) e para empresas (expansão de 10,9%).

Receitas e margens em alta

A margem financeira com clientes cresceu 4,7% em relação ao ano anterior, alcançando R$ 16 bilhões. O aumento foi impulsionado pelo volume médio de negócios e pela melhora na margem com passivos. As receitas de prestação de serviços somaram R$ 10,2 bilhões, um crescimento de 13,7% em relação a 2023.

O Bradesco atribuiu parte do desempenho ao aumento da participação na Cielo, mas destacou que, mesmo desconsiderando esse fator, as receitas apresentaram alta significativa.

Conclusão

O Bradesco demonstrou sinais claros de recuperação em 2024, com melhora na rentabilidade, redução da inadimplência e crescimento da carteira de crédito. No entanto, ainda enfrenta o desafio de se aproximar dos níveis de rentabilidade dos concorrentes Itaú e Santander. Para 2025, o banco aposta em uma estratégia mais conservadora, com foco na sustentabilidade do crédito e no controle de riscos, buscando manter o ritmo de crescimento em um ambiente macroeconômico desafiador.

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