Febraban pede que o governo evite estabelecer um teto para os juros do crédito consignado
O apelo foi feito após uma reunião entre representantes da Febraban e executivos de grandes instituições financeiras

O presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Isaac Sidney, pediu ao governo, nesta quarta-feira, que evite impor um teto para os juros do crédito consignado. Segundo ele, a liberdade na definição das taxas permitiria aos bancos maior competição nesse segmento de mercado no Brasil.

O apelo foi feito após uma reunião entre representantes da Febraban e executivos de grandes instituições financeiras — como Bradesco, Itaú e Santander — com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e ministros no Palácio do Planalto, para debater mudanças no modelo de crédito consignado.

"Defendemos que este produto [crédito consignado] seja lançado com liberdade de taxas para que os bancos possam competir. Acreditamos que estabelecer um teto de juros pode limitar essa competição", afirmou Sidney em coletiva de imprensa ao lado do ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

Sidney também elogiou a proposta do governo de utilizar a plataforma e-Social para compartilhar informações sobre trabalhadores formais com o setor financeiro. A medida permitiria maior acesso dos bancos aos dados dos empregados regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), ampliando as possibilidades de concessão de crédito.

“Crédito está diretamente relacionado à qualidade da informação e à garantia oferecida. Quanto mais informações os bancos tiverem sobre os clientes, menor será o risco de inadimplência", afirmou Sidney, destacando o papel central do e-Social na expansão desse mercado.

O novo modelo de crédito consignado difere do atual ao eliminar a necessidade de intermediação das empresas empregadoras nas operações. As transações ocorrerão diretamente entre os trabalhadores e as instituições financeiras, simplificando o processo e reduzindo barreiras operacionais.

De acordo com Sidney, essa mudança pode triplicar a oferta de crédito para trabalhadores formais, alcançando R$ 120 bilhões. Atualmente, o volume disponível é de cerca de R$ 40 bilhões. "Hoje, os bancos enfrentam dificuldades para firmar convênios com pequenas e médias empresas, o que limita o acesso ao crédito. Com a nova plataforma, o crédito será mais acessível e barato para o trabalhador privado", explicou.

Sobre os riscos envolvidos, o presidente da Febraban destacou que a precificação dependerá da política de cada banco. "Se os dados das empresas e trabalhadores forem integrados ao e-Social, isso facilitará a avaliação de crédito por parte das instituições financeiras", concluiu.

redacao
Conta Oficial Verificada