Fitch eleva nota de risco da dívida da Argentina para CCC
Apesar da elevação na classificação, a Fitch destacou que a Argentina ainda enfrenta riscos significativos

A agência de classificação de risco Fitch anunciou nesta quinta-feira (14) a elevação da nota de risco da dívida externa de longo prazo da Argentina de CC para CCC, enquanto a nota da dívida de longo prazo em moeda local subiu de CCC- para CCC. Apesar da melhora, a agência não forneceu perspectivas futuras para a classificação, já que não projeta ratings soberanos abaixo de CCC+.

A decisão da Fitch reflete um aumento da confiança na capacidade do governo argentino de honrar os pagamentos dos títulos que vencem em moeda estrangeira sem a necessidade de recorrer a alívios financeiros. Um dos fatores que influenciou a melhora foi o incremento das reservas internacionais do país, impulsionado por um fluxo maior de dólares, graças a incentivos tributários implementados recentemente.

Reservas e alternativas de financiamento

Segundo a agência, as autoridades argentinas têm buscado diversificar as opções de financiamento externo, embora nenhuma delas tenha sido formalizada até agora. Ainda assim, o aumento das reservas melhora o acesso do governo à moeda norte-americana, o que reduz os riscos de inadimplência no curto prazo.

Riscos persistem

Apesar da elevação na classificação, a Fitch destacou que a Argentina ainda enfrenta riscos significativos relacionados ao pagamento de suas dívidas. "Há incertezas ainda na transição para políticas monetária e cambial que possam garantir uma melhora sustentável das reservas e a recuperação do acesso do país aos mercados", afirmou a agência em nota oficial. A classificação CCC reflete essa vulnerabilidade, apontando que, embora a situação tenha se estabilizado parcialmente, o ambiente econômico e financeiro continua frágil.

Comparação com o Brasil

Enquanto a Argentina luta para melhorar sua credibilidade no mercado, o Brasil apresenta uma posição mais robusta. Há pouco mais de um ano, a Fitch elevou o rating soberano brasileiro para BB, dois níveis abaixo do grau de investimento, com perspectiva estável. Essa avaliação foi reafirmada em junho deste ano, sinalizando confiança na estabilidade fiscal e econômica do país.

A diferença entre os ratings dos dois países reflete as abordagens distintas de gestão econômica, políticas fiscais e capacidade de atrair investidores internacionais, destacando os desafios específicos enfrentados pela Argentina na recuperação de sua economia e credibilidade no mercado global.

redacao
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