BTG mantém recomendação de compra para Weg mesmo após resultado ruim
A fabricante de motores elétricos reportou lucro líquido de R$ 1,54 bilhão entre janeiro e março, alta de 16,4% em relação ao mesmo período de 2024

As ações da WEG (WEGE3) lideraram as perdas do Ibovespa nesta quarta-feira (30), recuando mais de 10% no início da tarde. O tombo raro de uma das “queridinhas” da Bolsa brasileira reflete a decepção do mercado com os resultados da companhia no primeiro trimestre de 2025, que vieram abaixo das expectativas em pontos-chave, apesar do crescimento nas receitas e no lucro líquido.

A fabricante de motores elétricos reportou lucro líquido de R$ 1,54 bilhão entre janeiro e março, alta de 16,4% em relação ao mesmo período de 2024. Contudo, o número representa uma queda de 8,8% frente ao quarto trimestre do ano passado e ficou aquém do consenso dos analistas. O Ebitda da companhia também desapontou: totalizou R$ 2,17 bilhões no trimestre, avanço de 22,8% na base anual, mas queda de 9% na comparação trimestral. O mercado esperava R$ 2,27 bilhões, segundo levantamento da Bloomberg.

A margem Ebitda caiu para 21,6%, recuando 0,4 ponto percentual em relação ao primeiro trimestre do ano passado e 0,5 ponto frente ao último trimestre de 2024. Já a receita operacional líquida alcançou R$ 10,07 bilhões, com crescimento anual expressivo de 25,5%, impulsionado por uma alta de 36,3% nas vendas externas e de 14% no mercado interno. Mesmo assim, o resultado veio abaixo do esperado pelos analistas.

Outro ponto de atenção foi a queda no retorno sobre o capital investido (ROIC), que recuou para 33,2%, uma redução de 5,7 pontos percentuais em relação ao 1T24 e de 1 ponto percentual frente ao 4T24. De acordo com o BTG Pactual, o desempenho da companhia foi afetado pelo câmbio desfavorável, embora o banco destaque um “crescimento orgânico decente” e mantenha recomendação de compra para o papel, com preço-alvo de R$ 61,00.

Na véspera da divulgação dos resultados, a WEG havia anunciado a aprovação, em assembleia, de um aumento de capital social via incorporação de reservas. A medida elevará o capital da companhia de R$ 7,5 bilhões para R$ 12,5 bilhões, sem emissão de novas ações.

 

Em seu relatório, a empresa afirmou que o trimestre foi marcado por uma boa demanda por seus produtos e serviços, apesar das incertezas no cenário geopolítico global. Ainda assim, a pressão dos números abaixo do consenso e da queda nas margens colocou a WEG no centro das atenções do pregão, com investidores ajustando suas posições diante do resultado.

Apesar do resultado ter vindo aquém das expectativas, o BTG mantém recomendação de compra para WEG3 com preço-alvo de R$ 61,00.

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