As criptomoedas ampliaram suas perdas nesta segunda-feira (10), pressionadas pelo aumento das tensões na guerra tarifária dos EUA e pela redução das expectativas de cortes de juros pelo Federal Reserve.
O impacto positivo dos recentes anúncios pró-cripto de Donald Trump foi ofuscado pelo cenário macroeconômico adverso. O Bitcoin recuou 5,4%, para US$ 78.300, atingindo seu menor nível desde fevereiro, enquanto outros ativos digitais, como Solana, Cardano e XRP, registraram quedas ainda mais expressivas.
O setor cripto também sofreu forte desvalorização nas bolsas. As ações da Coinbase Global Inc. caíram 14%, registrando sua maior perda desde outubro, enquanto a MicroStrategy, empresa de Michael Saylor conhecida por suas apostas agressivas em Bitcoin, despencou 16%.
O mercado reagiu negativamente à cúpula pró-cripto de Trump, frustrado com a falta de novos aportes na anunciada reserva estratégica de criptomoedas, que conterá apenas ativos já apreendidos pelo governo.
Apesar da postura favorável de Trump ao setor, investidores demonstram desconfiança sobre a arbitrária escolha de ativos para a reserva, especialmente após o lançamento de criptomoedas associadas ao ex-presidente e sua esposa, Melania Trump. Segundo Ari Paul, da BlockTower Capital, a estratégia da administração transformou o mercado cripto em um "cassino especulativo de curto prazo". Paralelamente, o alívio na pressão regulatória da SEC sobre o setor ainda não foi suficiente para reverter a tendência de queda.
O mercado de criptomoedas perdeu mais de US$ 1 trilhão desde seu pico histórico, e os investidores continuam retirando capital dos ETFs de Bitcoin, que haviam impulsionado a alta recorde do ativo no ano passado. Desde fevereiro, saíram US$ 4,4 bilhões desses fundos, e o Bitcoin já acumula uma desvalorização de 28% desde sua máxima de US$ 109.241.
Especialistas apontam que o Bitcoin pode oscilar entre US$ 70 mil e US$ 80 mil nas próximas semanas, com chances de recuperação apenas quando houver um desfecho para a guerra tarifária e o Fed retomar os cortes de juros. Enquanto isso, o mercado segue volátil, aguardando sinais mais claros sobre o futuro da economia global.
