Campos Neto prevê futuro promissor para tokenização e ativos digitais
Campos Neto apontou que a tokenização de ativos financeiros, além de otimizar a transparência, reduzirá custos operacionais

Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central, destacou durante o Digital Assets Conference Brazil 2024 o avanço da tokenização como peça-chave na transformação da economia digital. Ele projetou que a economia global está se movendo para um cenário em que a tokenização de ativos trará mais eficiência e segurança nas transações financeiras.

“Estamos migrando para uma economia tokenizada, e embora não saibamos a velocidade exata, esse trem já partiu”, afirmou Campos Neto, reforçando que essa tecnologia já está impactando a forma como ativos são geridos e negociados.

Campos Neto apontou que a tokenização de ativos financeiros, além de otimizar a transparência, reduzirá custos operacionais, especialmente em setores que envolvem contratos e registros, simplificando processos e gerando ganhos de eficiência. Ele também destacou a importância da interoperabilidade dessas plataformas para garantir que o sistema financeiro funcione de forma integrada, segura e mais rápida.
 

Além disso, Campos Neto abordou o crescimento das Stablecoins e sua relevância em mercados emergentes. Ele destacou que grande parte do crescimento das Stablecoins está relacionado à demanda por soluções rápidas e baratas em dólar, particularmente em países onde o acesso a essa moeda é caro ou limitado. Segundo ele, o uso de Stablecoins reflete o desejo crescente de acessar moedas fortes de maneira eficiente, e essa tendência faz parte da digitalização mais ampla da economia global.
 
O presidente do Banco Central também abordou o debate regulatório internacional em torno dos criptoativos, destacando que, ao contrário de outros países, o Brasil adota uma postura mais aberta. "Nós somos um Banco Central que é favorável à proibição ou a movimentos contra os ativos virtuais. Ao contrário, a gente acha que isso tem que fazer parte da base", afirmou. Segundo ele, proibir o envolvimento de bancos com criptoativos pode aumentar o risco para o sistema financeiro, e completou: "Proibir que bancos tenham exposição a ativo virtual faz com que você, no final, tenha mais risco, não menos risco."

Ao final de sua palestra, Campos Neto reforçou o compromisso do Banco Central em continuar liderando a inovação no Brasil, promovendo um ambiente favorável ao desenvolvimento de novas tecnologias financeiras, incluindo ativos digitais, inteligência artificial e tokenização, elementos que, segundo ele, serão centrais para a transformação do sistema financeiro global.

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