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A Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou no início de fevereiro que o câncer de mama tomou o lugar do câncer de pulmão e se tornou a forma mais comum da doença.
“Esse crescimento do número de casos dos tumores da mama deve servir de alerta às mulheres, principalmente na faixa entre 50 e 69 anos. Nesse período da vida, elas devem fazer a mamografia a cada dois anos. Atenção aos sinais do corpo também ajuda no diagnóstico precoce”, alerta oncologista Ramon Andrade de Mello.
O aumento da população global e da expectativa de vida dever tornar o câncer uma doença mais comum aumentando dos 19,3 milhões de novos casos por ano em 2020 para cerca de 30 milhões em 2040, segundo a OMS.
“Dessa forma, as mulheres devem ficar atentas ao aparecimento de nódulo ou à pele avermelhada e retraída da mama. O tumor também pode apresentar alterações no bico do peito, pequenos nódulos nas axilas ou pescoço e até saída espontânea de líquido anormal pelos mamilos”, orienta Ramon de Mello.
O oncologista lembra que 30% dos casos de câncer de mama podem ser evitados com hábitos como prática de atividades físicas regulares, alimentação saudável e a manutenção do peso corporal adequado. O uso de hormônios sintéticos e o consumo de bebidas alcoólicas aumentam os riscos desse tumor oncológico.
“O câncer de mama pode ser diagnosticado nas suas fases iniciais, aumentando as possibilidades de resultados positivos. Isso permite ainda tratamento menos evasivos”, explica o oncologista. Segundo ele, nas últimas décadas, a hormonioterapia tornou-se uma importante ferramenta para o tratamento desse tumor: “Os novos medicamentos podem ser indicados para a prevenção. Também há possibilidade no pós-cirurgia e aliado à quimioterapia ou à radioterapia. É importante ressaltar que a hormonioterapia é indicada para câncer de mama que tem positividade para receptores hormonais, que representam cerca de 60% dos casos”, orienta Ramon de Mello.
No uso profilático, a terapia hormonal pode reduzir as chances de aparecimento do câncer de mama em pacientes com alto risco genético. A hormonioterapia também contribui para mitigar a possibilidade de retorno do tumor operado. “Quanto mais cedo a paciente puder ser acompanhada pelo especialista, será possível traçar uma estratégia para, inclusive, adotar medidas preventivas”, esclarece o médico.