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A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) anunciou na noite desta terça-feira (29) que decidiu multar Glaidson Acácio dos Santos, conhecido como o “Faraó dos Bitcoins”, em R$ 34 milhões por realizar oferta pública sem registro e/ou dispensa da CVM.
A empresa dele, G.A.S. Consultoria e Tecnologia, e sua esposa, Mirelis Zerpa, também foram multados com a mesma quantia. Ao todo, as penalidades para o caso somaram R$ 102 milhões. Além disso, Santos e Zerpa foram proibidos de atuar direta ou indiretamente em operações no mercado de valores mobiliários brasileiro por oito anos e meio.
Ex-garçom e ex-pastor, Santos é acusado de comandar, a partir de Cabo Frio (RJ), um esquema que movimentou R$ 38 bilhões e deixou prejuízo estimado em R$ 9,3 bilhões. A acusação da CVM contra o “Faraó” responsabiliza Santos por infrações graves: operação fraudulenta e realização de oferta de valores mobiliários sem a obtenção do registro necessário.
Santos está preso desde agosto de 2021, quando a operação Kryptos, da Polícia Federal, desmontou seu esquema de pirâmide financeira disfarçado de investimento em bitcoins. A G.A.S. movimentou R$ 38 bilhões por meio de pessoas físicas e jurídicas no Brasil e no exterior. O negócio prometia retorno médio de 10% ao mês por 12 meses.
Quando o negócio ruiu, deixou prejuízo estimado em R$ 9,3 bilhões. Mais de 127 mil investidores estão cadastrados para tentar recuperar suas aplicações. A G.A.S., tratada em denúncia do Ministério Público Federal (MPF) como “instituição financeira ilegal”, teve a falência decretada em fevereiro deste ano.
O relator do processo foi o presidente da CVM, João Pedro Nascimento, que votou pela condenação da empresa e os envolvidos. O voto de Nascimento foi seguido de forma unânime pelo resto do colegiado da comissão.