Decisões de juros no Brasil e EUA marcam o calendário econômico da semana
No Brasil, o mercado aguardará a decisão de juros do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central

A próxima semana será marcada pela aguardada "Super Quarta", quando decisões importantes sobre taxas de juros serão anunciadas tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos. No cenário nacional, o mercado está atento à reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, cuja expectativa é de manutenção da taxa de juros em 10,5% ao ano.

No mesmo dia, às 15h (horário de Brasília), será divulgada a decisão de juros dos Estados Unidos pelo Federal Open Market Committee (FOMC) do Federal Reserve. A expectativa é de que a taxa seja mantida no intervalo atual de 5,25% a 5,5%. No entanto, o foco estará nas deliberações sobre a política monetária e na avaliação da economia americana. O discurso de Jerome Powell, presidente do Fed, logo após o comunicado do FOMC, deverá trazer esclarecimentos adicionais sobre esses pontos.

“A expectativa é de manutenção dos juros de referência em 5,5%, porém o Fed deve abrir as portas para cortes de juros em breve, após dados mais benignos de inflação”, comenta a equipe econômica da XP.

Além das decisões sobre as taxas de juros, outros indicadores econômicos relevantes serão divulgados. No Brasil, a pesquisa do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) trará dados sobre a geração de empregos formais, com projeção de 160 mil novos postos segundo a LSEG. No dia seguinte, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgará a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua, que deve complementar os dados de emprego com a taxa de desemprego. O consenso da LSEG estima que o percentual ficará em 7,1%.

Mais para o fim da semana, a Pesquisa Industrial Mensal do IBGE será divulgada, com expectativa de alta de 1,7% na comparação mensal, conforme projeção da LSEG. Antes disso, na segunda-feira, será apresentado o resultado primário do governo central, com previsão de déficit de R$ 39 bilhões, de acordo com o consenso LSEG. A projeção do Itaú é ligeiramente mais otimista, estimando um déficit de R$ 37,8 bilhões.

Agenda corporativa

Nos próximos dias, mais resultados serão divulgados na terceira semana da temporada de balanços do 2T24. Dentre os dados principais estão o balanço da AmBev (ABEV3) e da WEG (WEGE3). Além disso, petroleiras como 3R Petroleum (RRRP3) e Enauta (ENAT3) trarão seus resultados durante a semana também.

FOMC e payroll nos EUA, PIB na Zona do Euro

Nos EUA, a semana será agitada pela divulgação, na quarta, da decisão da taxa de juros do FOMC, que deve ficar no intervalo atual. No entanto, as apostas para um corte ainda em setembro cresceram nos últimos dias. De acordo com a ferramenta FedWatch, do CME Group, as apostas indicam probabilidade de 87,7% de um corte na reunião que acontecerá em 18 de setembro.

Cerca de duas semanas atrás, Powell comentou que os dados econômicos do 2º trimestre corroboram para uma leitura de que a inflação deve ficar dentro da meta de 2%. Para tanto, de acordo com economistas, os riscos do mercado de trabalho seguem como foco de Powell.

O mandatário do banco central dos EUA terá mais informações para definição da política monetária nesta semana, uma vez que dados do mercado de trabalho dominarão a agenda. Na terça-feira, o relatório de ofertas de emprego JOLTs, na quarta, a pesquisa de variação de empregos privados ADP e, finalmente, na sexta, o payroll (folha de pagamento) trarão todo o panorama do emprego nos EUA. A projeção da Reuters é de criação de 175 mil postos.

Na Europa, alguns dados ligados à inflação e pesquisas de confiança serão apresentados. No entanto, o destaque fica para o PIB trimestral, que deve trazer alta anual de 0,4%, na terça-feira. No dia seguinte, o índice de preços ao consumidor será divulgado.

Na Ásia, a China apresentará seu PMI Composto, na terça, e o Japão divulgará decisão de política monetária na quarta-feira.

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