Educação Financeira: quando é a hora de começar?
Mais de 60% dos brasileiros admite desequilíbrio financeiro. Aprender a lidar com as finanças é a chave para evitar prejuízos

Quando o assunto é dinheiro, você sabe como equilibrar as contas ou vai apenas fazendo o que é possível, sem muito planejamento? A maior parte dos brasileiros se enquadra na segunda opção. De acordo com a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), realizada pela Confederação Nacional dos Bens, Serviços e Turismo (CNC), 64% admitiram enfrentar algum tipo de desequilíbrio financeiro nos últimos anos, enquanto 48,6% relataram apenas 'se virar' financeiramente. Esses números destacam a necessidade urgente de fortalecer a conscientização e a compreensão financeira desde cedo.

A educação financeira visa preparar as pessoas para gestão de finanças pessoais. Economia, investimentos e controle de gastos estão entre os conteúdos trabalhados nessa área, de modo a formar adultos mais preparados para diferentes cenários econômicos, tanto favoráveis quanto adversos.  A coordenadora do Núcleo de Administração e Negócios de uma universidade particular, Petra Fernanda Cruz e Silva, reforça que crescer sem receber uma educação financeira pode ser muito prejudicial para as crianças e adolescentes e pode ter impactos negativos na vida adulta. E mais: segundo a especialista, as noções de educação financeira podem ser transmitidas desde a idade pré-escolar. 

“O ideal é que a gente já comece por volta dos 3 a 5 anos de idade. Isso vai ajudar no crescimento e desenvolvimento dessa compreensão a respeito do dinheiro. Então, a partir dos 3 anos de idade, a gente já pode introduzir jogos educativos, jogos simples que envolvam dinheiro, pra gente ensinar sobre contagem, sobre a troca do dinheiro por bens. Assim você consegue introduzir essa ideia do dinheiro e suas funções básicas ali de forma divertida.” explica Petra.

Já a faixa etária de 6 a 14 anos de idade é a época de introduzir conceitos mais avançados de sua educação financeira. “Nessa fase, o planejamento de gastos tem um objetivo maior, que pode ser até mesmo poupar para a própria faculdade. A gente consegue introduzir também conceitos de juros, empréstimos, abertura de conta bancária, uso de cartão de crédito, cartão de débito.” enumera.

Confira abaixo cinco dicas para exercitar a educação financeira entre a criançada.

  1. Estabeleça uma mesada com responsabilidade: em vez de dar dinheiro sempre que solicitado, estabeleça uma mesada fixa. Isso ensina a administrar o dinheiro e a fazer escolhas conscientes sobre como gastá-lo.

  2. Ensine a diferença entre necessidades e desejos: ajude as crianças a entender que nem tudo que desejam é uma necessidade. Explique a importância de priorizar gastos, separando o que é essencial do que é apenas um capricho.

  3. Incentive a poupança desde cedo: ensine-os sobre a importância de poupar parte do dinheiro que recebem, mesmo que seja uma pequena quantia. Explique como a poupança pode ajudá-los a alcançar metas futuras e a lidar com imprevistos.

  4. Introduza o conceito de orçamento: ensine-os a criar um orçamento simples, mostrando quanto dinheiro eles têm disponível e como devem distribuí-lo entre diferentes categorias de gastos, como lazer, educação e economias.

  5. Promova o diálogo aberto sobre dinheiro: encoraje conversas honestas sobre finanças em família. Permita que eles participem de discussões sobre compras importantes e decisões financeiras, para que possam aprender com a experiência dos pais e contribuir com suas próprias ideias e preocupações.

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