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A inflação ao consumidor deve ter acelerado em maio em relação a abril. A expectativa é de que o IPCA, índice oficial de inflação na economia brasileira, tenha subido de 0,38% para 0,42% na base mensal, elevando de 3,69% para 3,88% na base anual. O IPCA de maio será divulgado pelo IBGE nesta terça-feira (11), às 09h, e será a primeira coleta que vai computar os efeitos da tragédia no Rio Grande do Sul no índice de preços.
O maior vilão da alta de preços em maio foi o setor de transportes, após avanço da passagem aérea e, em menor medida, gasolina e etanol. Por outro lado, alimento no domicílio deve apresentar desinflação com uma alta menor em relação a abril, especialmente produtos in natura.
O resultado deve ter pouca influência na decisão de política monetária do Comitê de Política Monetária (Copom), que se reúne na próxima semana para mais uma decisão da taxa de juros. Os efeitos da política monetária são sentidos na economia cerca de 6 a 9 meses após a decisão, por isso a preocupação do colegiado com a deterioração da expectativa de inflação para 2025 e 2026.
Nesta segunda-feira houve a quinta alta seguida da expectativa do IPCA para 2025, chegando a 3,9%, e a sexta vez consecutiva de avanço nas projeções para 2026, a 3,78%. Apesar de a meta de inflação ser 3% e as projeções estarem dentro do limite superior de 1,5 ponto percentual acima da meta, a constante deterioração preocupa o Copom.
Contribuem para essa deterioração um mercado de trabalho apertado com a massa salarial no pico histórico em meio a um PIB em expansão. A alta recente do dólar, que é cotado a R$ 5,35 nesta segunda-feira, também passa a ser ponto de preocupação na política monetária, devido aos potenciais efeitos na inflação da desvalorização do real.
Por: Leandro Manzoni - analista de economia