JP Morgan aumenta para 35% a probabilidade de recessão nos EUA
Esta mudança de perspectiva acende um sinal de alerta entre os investidores globais

O gigante bancário JP Morgan revisou recentemente suas estimativas sobre a possibilidade de uma recessão nos Estados Unidos, elevando a probabilidade de 25% para 35% ainda neste ano. Esta mudança de perspectiva acende um sinal de alerta entre os investidores globais, especialmente após as quedas expressivas nas bolsas de valores no início desta semana, refletindo as crescentes incertezas sobre o futuro da economia norte-americana.

Segundo a equipe econômica do banco, composta por Bruce Kasman, Joseph Lupton e Nora Sentivanyi, embora as vulnerabilidades tradicionalmente associadas a uma recessão — como a compressão sustentada da margem de lucro, estresse no mercado de crédito e choques nos mercados financeiro ou de energia — estejam atualmente ausentes, há sinais preocupantes que indicam desafios à previsão de crescimento.

As recentes pesquisas empresariais mostram um enfraquecimento na manufatura global, particularmente na zona do euro, e uma desaceleração mais acentuada do que o esperado na demanda por mão de obra nos EUA. Esses fatores começam a sugerir os primeiros sinais de cortes na força de trabalho, o que poderia intensificar a preocupação com uma possível recessão.

Apesar das preocupações, o JP Morgan observa que esses riscos são, em parte, contrabalançados por ganhos sólidos e contínuos na atividade geral, impulsionada principalmente pelo setor de serviços. No entanto, a cautela prevalece.

Cenário de Juros em Debate

A revisão do JP Morgan sobre o risco de recessão contrasta com sua perspectiva anterior sobre as taxas de juros. A probabilidade de que as taxas permaneçam altas por um período prolongado foi reduzida para 30%, em comparação com os 50% estimados há dois meses. Esta mudança reflete a correlação entre o risco de crescimento econômico e a inflação, o que desafia a abordagem gradualista atualmente adotada pelo Federal Reserve.

Os economistas do JP Morgan apontam que o perfil de risco da inflação nos EUA sofreu uma mudança significativa, à medida que a forte performance do lado da oferta se combina com a moderação na demanda por mão de obra, aliviando as pressões sobre o mercado de trabalho. Esse cenário resulta em uma desaceleração da inflação salarial, algo que não tem sido observado em outras economias.

Com ganhos de produtividade sustentados, os custos unitários de mão de obra nos Estados Unidos agora estão mais alinhados com a meta de inflação do Fed, trazendo um alívio no horizonte econômico, mas sem descartar os riscos de uma recessão iminente.

A economia global, portanto, permanece em um estado de incerteza, onde o equilíbrio entre crescimento e estabilidade financeira continua sendo delicado. Investidores e economistas estarão atentos aos próximos movimentos do mercado e às políticas do Federal Reserve, que desempenharão um papel crucial na definição do caminho econômico dos Estados Unidos e, por extensão, do mundo.

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