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Os juros futuros estão registrando uma nova elevação no pregão desta quarta-feira, mantendo o movimento observado no dia anterior. Esse comportamento se deve à reprecificação das expectativas em torno do processo de flexibilização monetária nos Estados Unidos pelos agentes financeiros. Após declarações mais conservadoras do diretor do Federal Reserve, Christopher Waller, ontem, os investidores estão reduzindo suas apostas de um corte nas taxas de juros já em março.
Essa tendência está gerando um aumento significativo nos rendimentos dos Treasuries mais curtos e influenciando os mercados globais. Por volta das 9h15, a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2025 subiu de 10,125% para 10,155%; a do DI para janeiro de 2026 passou de 9,79% para 9,84%; a do DI para janeiro de 2027 avançou de 9,95% para 9,99%; e a do DI para janeiro de 2029 saltou de 10,35% para 10,375%.
É relevante notar que alguns vértices chegaram a registrar avanço de aproximadamente 20 pontos-base ontem, refletindo o estresse no mercado de renda fixa americano. Hoje, a taxa da T-note de 2 anos avançava de 4,224% para 4,283%, enquanto o juro da T-note de 10 anos oscilava de 4,067% para 4,059%.
No mesmo horário mencionado acima, a probabilidade implícita de um corte de juros pelo Federal Reserve em março, de acordo com a ferramenta CME FedWatch Tool, é de 61%, um número inferior aos 80% registrados após os dados de inflação no atacado (PPI) divulgados na sexta-feira.
Os investidores agora aguardam as falas do presidente do Federal Reserve de Nova York, John Williams, às 17h, e podem ajustar suas apostas em relação à trajetória da política monetária americana.
No Brasil, o volume de vendas no varejo restrito registrou um aumento de 0,1% em novembro em relação a outubro, ajustado sazonalmente. Esse resultado está em linha com a mediana estimada pelo Valor Data, obtida junto a 24 consultorias e instituições financeiras, que previam um aumento de 0,1%. As discussões sobre a reoneração da folha de pagamentos continuam sendo um foco para os agentes locais e também podem limitar o apetite dos investidores por ativos de risco no Brasil, conforme apontado pelos profissionais da Ágora Investimentos.