Milei afirmou que momento depende da quantidade de moeda estrangeira que entrará na Argentina nos próximos meses

A Argentina está cada vez mais próxima de eliminar, ainda que de forma gradual, os controles para a compra de dólar no país, o chamado “cepo cambial”. Embora, o presidente Javier Milei tenha confiança que será possível levantar as restrições até meados deste ano, ele afirmou em entrevista que vai optar por uma solução mais segura, para evitar o risco de hiperinflação.

Em entrevista à TV do jornal La Nación, Milei afirmou que momento depende da quantidade de moeda estrangeira que entrará na Argentina nos próximos meses. “Se me derem US$ 15 bilhões de dólares amanhã, abro as bolsas e a economia arranca ”, afirmou.

Mas adiantar o processo, segundo ele, acarreta um risco de disparada dos preços. “Abrir hoje é um risco porque a possibilidade de um hiper nesse caso é de 50% a 50%, calculou Milei. “Como a economia está muito desmonetizada, há condições para abrir, mas também há o risco de o passivo passar para o dólar e a hiper disparar”, ponderou.

Milei disse ainda estar confiante de que, em abril, maio e junho o Banco Central conseguirá acumular uma boa quantia de dólares provenientes da liquidação da safra, o que criará condições para avançar no levantamento dos estoques.

A opinião do presidente é compartilhada por alguns economistas argentinos. Numa palestra para investidores, Ricardo Arriazu e o ex-secretário das Finanças Miguel Kiguel, também afirmaram que as condições para o levantamento das restrições de acesso ao dólar estão cada vez mais próximas.

No evento da corretora MegaQm, ele concordaram que as condições estão melhores para libertar o dólar, embora tenham apontado que é necessário que o governo esclareça qual será o regime cambial que pretende implementar, com valor fixo ou uma taxa flutuante.

Em três meses, o Banco Central acumulou cerca de US$ 10 bilhões em compras líquidas no mercado e as reservas internacionais brutas aproximaram-se dos US$ 28 bilhões, mas posição líquida do BC local ainda é negativa em mais de US$ 7 bilhões.

(Infomoney)

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