Pagamentos digitais dominam 80% das transações bancárias no Brasil
72% dos usuários ativos de mobile banking são considerados heavy users, ou seja, fazem mais de 80% de suas transações por meio de canais digitais

O uso de canais digitais para transações bancárias se consolidou de vez no Brasil. Segundo o 2º volume da Pesquisa de Tecnologia Bancária da Febraban, 8 em cada 10 transações já são feitas por meio de mobile banking, internet banking ou aplicativos de mensagens, revelando uma transformação significativa nos hábitos financeiros dos brasileiros.

Entre os destaques da pesquisa está o crescimento acelerado do uso do smartphone como principal ferramenta financeira. De 2019 a 2023, o número de transações feitas por celular cresceu 251%, um salto que reflete não apenas a popularização do Pix, mas também a melhoria da infraestrutura digital e a maior confiança dos usuários nesses canais.

“Sair de casa sem a carteira já é uma realidade — o crescimento expressivo dos pagamentos digitais, muito impulsionado pelo Pix, mostra que os consumidores estão confortáveis em realizar transações diretamente pelo celular”, afirma Marlon Tseng, CEO da Pagsmile, empresa especializada em soluções de pagamento para mercados emergentes.

Segundo o estudo, 72% dos usuários ativos de mobile banking são considerados heavy users, ou seja, fazem mais de 80% de suas transações por meio de canais digitais. A adesão em massa se deve, em grande parte, à praticidade, agilidade e segurança que esses meios oferecem no cotidiano.

Além do mobile e internet banking, o levantamento também aponta uma alta expressiva no uso de aplicativos de mensagens para transações financeiras, com crescimento de 76% nas operações, que saltaram de 70,9 milhões para 125,2 milhões. Apesar da representatividade ainda ser menor, a tendência de integração entre mensagens e pagamentos ganha força, principalmente entre as gerações mais conectadas.

Outro protagonista dessa mudança é o Pix, que teve aumento de 50% no volume de pagamentos em relação ao período anterior. Embora esse meio tenha ganhado espaço, o cartão de crédito segue com papel relevante, seja pelos mecanismos de segurança e chargeback, seja pelos benefícios atrelados, como programas de milhas, pontos e cashback. Além disso, ele permanece como principal método de pagamento dentro das carteiras digitais, que também devem crescer em 2025, acompanhando a expansão do setor.

“Essas inovações tornaram o processo mais acessível, simples, rápido e seguro, superando a complexidade das transferências bancárias ou o uso de cartões físicos. Isso é ainda mais importante no e-commerce, onde uma experiência fluida no pagamento é essencial para evitar o abandono da compra”, explica Tseng.

O setor de comércio eletrônico, inclusive, é um dos motores dessa transformação. Segundo a ABCOMM (Associação Brasileira de Comércio Eletrônico), o e-commerce brasileiro deve crescer mais de 10% em 2025, movimento que favorece ainda mais a adoção de pagamentos digitais. Para as empresas, isso representa redução de custos operacionais, centralização de informações e acesso facilitado a novos mercados, incluindo consumidores internacionais, que vêm aumentando sua participação nas vendas online no Brasil.

Além da conveniência, os meios de pagamento digitais também oferecem camadas extras de segurança, como criptografia e proteção contra fraudes, o que contribui para a fidelização dos clientes e torna indispensável que empresas de todos os portes se adaptem rapidamente à nova realidade do mercado.

“A digitalização dos pagamentos não é mais tendência — é o novo padrão. As empresas que ainda não se adaptaram correm o risco de ficar para trás em um ambiente cada vez mais competitivo”, conclui o CEO da Pagsmile.

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