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Clientes das instituições financeiras que aderiram ao PIX já podem realizar o ajuste do limite de transferência feitas pelo meio de pagamento diretamente nos próprios aplicativos. A medida, instituída em 1º de abril, visa garantir aos usuários uma melhor gestão dos seus recursos.
Segundo o relatório “Prime-time for Real Time”, feito pela ACI Worldwide em parceria com a GlobalData, mais de 70,3 bilhões de pagamentos instantâneos foram realizados em 2020.
Com a chegada do PIX, o Brasil entrou no ranking dos 10 países que mais geram transações deste tipo. Houve 1,3 bilhão de transações, o que representa um aumento de 58% na comparação com 2019.
O Banco Central (BC) estabeleceu um padrão de tempo para que as solicitações sejam respondidas. Para os pedidos de redução do limite, a autoridade monetária determinou que as requisições devem ser atendidas imediatamente.
Já as solicitações de aumento de limite foram divididas em duas partes, Caso o valor solicitado seja compatível com os limites para TED e cartão de débito, a instituição deve atendê-las até 7h do dia útil seguinte.
Por outro lado, na eventualidade de o valor solicitado ser maior que os limites, a instituição irá avaliar o perfil do cliente e decidir se acata ou não a solicitação. Essas respostas deverão ser dadas em até uma hora, caso o pedido tenha sido feito entre 6h e 20h (incluindo sábados, domingos e feriados). Para os requerimentos feitos fora deste horário, a instituição deve responder até às 7h do dia útil seguinte.
O que muda?
Em fevereiro, de acordo com dados do BC, o PIX atingiu a marca de 73.202.806 usuários cadastrados, dos quais 68,7 milhões são pessoas físicas e 4,5 milhões pessoas jurídicas.
“Na prática, o que muda é que o cliente passa ter essa funcionalidade sob sua responsabilidade. Não estamos falando de mais um limite que era determinado pelas instituições”, diz Flávia Janini, head de produtos e serviços transacionais do BTG+.
Na visão de Janini, essa liberdade é uma tendência cada vez mais presente na vida dos clientes. “Cada vez mais o cliente conseguirá personalizar aquilo que está de acordo com seu comportamento. Nós podemos ter características muito semelhantes, mas em algumas podemos divergir”, diz. Ou seja, é difícil estabelecer um padrão que funcione para todos os perfis de clientes, tornando a possibilidade de personalização ainda mais necessária.
Outro ponto bastante importante levantado por José Luiz Rodrigues, especialista em regulação e sócio da JL Rodrigues & Consultores Associados, é a segurança. “Os limites são uma segurança para que o sistema financeiro não tenha nenhum problema de crédito, e também nenhum problema com os pagadores e recebedores via sistema PIX”, diz.
Próximas funcionalidades do PIX
O Banco Central informou que haverá novidades no PIX. Confira a lista abaixo:
- Conta salário no PIX – Inclusão da conta salário na lista de contas movimentáveis por PIX;
- Mecanismos de devolução de recursos – Possibilidade de devolução ágil de recursos pela instituição recebedora, em casos de fundada suspeita de fraude ou falha operacional nos sistemas das instituições participantes;
- Saque PIX – Possibilita ao consumidor a opção de obtenção de dinheiro em espécie diretamente do lojista
- PIX por aproximação – Dará mais facilidade e mais conveniência na iniciação de um PIX e para atender casos de uso específicos;
- QR Code pagador – Viabiliza a realização de PIX mesmo quando o pagador estiver off-line;
- PIX Cobrança – Para possibilitar pagamentos com vencimentos em datas futuras, viabilizar cobranças em lote e permitir antecipação do cobranças do PIX;
- PIX Garantido – Possibilita o parcelamento de compras no PIX;
- Débito automático no PIX – Facilita os pagamentos recorrentes.
(Luis Felipe Simões)