O presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, reforçou no Simpósio de Jackson Hole a expectativa de que o ciclo de cortes de juros nos Estados Unidos está próximo. O tom mais “dovish” do discurso elevou as apostas de que a redução possa ocorrer já em setembro, com probabilidade saltando de 75% para mais de 91%, segundo o CME FedWatch.
Powell chamou atenção para sinais de enfraquecimento no mercado de trabalho, ainda que a economia siga resiliente. Para analistas, essa avaliação sustenta a visão de que a autoridade monetária deve iniciar a flexibilização da política na próxima reunião. A fala também trouxe alívio imediato aos mercados: bolsas em alta, dólar em queda e recuo nos juros futuros de curto prazo.
Parte dos dirigentes do Fed já defende ao menos um corte neste ano, cenário que favorece emergentes como o Brasil ao ampliar a atratividade do diferencial de juros. Analistas ressaltam ainda que os impactos das tarifas comerciais vêm sendo tratados pelo banco central como pontuais, reduzindo temores de pressão inflacionária persistente.
Apesar da leitura positiva, Powell buscou blindar o Fed de pressões políticas, sobretudo das críticas do presidente Donald Trump, e reforçou que as decisões seguirão guiadas por dados e pela avaliação dos riscos para a economia.
