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Fed deve cortar juros em setembro, mas mercado teme ritmo incerto, alerta Itaú

Para o economista Mário Mesquita, o Fed pode ceder sua independência e adotar postura mais tolerante com a inflação, priorizando o crescimento econômico

O economista-chefe do Itaú Unibanco, Mário Mesquita, afirmou que o Federal Reserve deixou o caminho aberto para iniciar cortes de juros nos EUA já em setembro, mas destacou que a extensão do ciclo ainda é incerta.

Apesar do discurso de Jerome Powell em Jackson Hole reforçar essa expectativa, a projeção oficial do Itaú prevê o primeiro corte apenas em dezembro, com três reduções de 0,25 ponto até 2025, levando a taxa para 4,00%–4,25%, e nova queda em 2026 para 3,50%–3,75%.

Mesquita avalia que a atividade econômica resiliente e o mercado de trabalho aquecido limitam cortes mais agressivos, enquanto as tarifas comerciais de Donald Trump devem pressionar a inflação, que deve encerrar 2025 em 3,8% e 2026 em 2,8%, ainda acima da meta de 2%. Segundo ele, mesmo nesse cenário, o Fed deve seguir com os cortes, ainda que sem pressa em trazer a inflação para a meta.

Para o economista, a independência do banco central americano está sob questionamento, e a instituição tende a adotar uma postura mais tolerante com a inflação, priorizando a manutenção do crescimento econômico.

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