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Haddad afirma que empresas brasileiras podem fechar sem alívio de tarifa de 50% dos EUA

Ministro da Fazenda diz que taxa de 50% dos EUA ameaça exportadores e pede diálogo entre Lula e Trump

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta quarta-feira (24) que diversas companhias brasileiras podem não resistir à tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos sobre produtos nacionais. Segundo ele, mesmo com a oferta de crédito do governo, muitas empresas não terão condições de manter suas atividades se não houver abertura do mercado norte-americano.

Para mitigar os efeitos do tarifaço, o governo já havia anunciado linhas de crédito de R$ 30 bilhões via Fundo Garantidor de Exportações (FGE) e outros R$ 10 bilhões do BNDES. Ainda assim, Haddad destacou que a solução definitiva depende de negociação com Washington e disse acreditar que uma possível reunião entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Donald Trump pode trazer avanços na área comercial.

O ministro ressaltou que, se houver disposição dos dois países, o impasse econômico pode ser resolvido rapidamente. Ele observou, no entanto, que o cenário político é mais complexo, já que envolve questões constitucionais e decisões do Judiciário brasileiro.

A audiência na Comissão de Agricultura da Câmara foi marcada por tensão. O deputado Delegado Caveira (PL-PA) chamou Haddad de “Taxad” e acusou o governo de aumentar impostos. O ministro reagiu, afirmando que a verdadeira injustiça tributária foi a falta de atualização da tabela do Imposto de Renda durante os quatro anos do governo anterior.

Haddad lembrou que, sem a correção, milhões de brasileiros acabaram sendo obrigados a pagar IR e criticou a gestão de Jair Bolsonaro (PL) por também não garantir ganho real acima da inflação no salário mínimo. Para ele, o atual governo busca promover justiça tributária ao tributar setores como casas de apostas, bancos e grandes fortunas que historicamente pagam pouco ou nada.

O ministro ainda criticou a atuação do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) nos Estados Unidos, pedindo que parlamentares da oposição intercedam para que ele deixe de apoiar iniciativas que, segundo Haddad, prejudicam a imagem e os interesses do Brasil no exterior.

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