As bolsas europeias fecharam em forte queda nesta sexta-feira (17), pressionadas pela desvalorização do setor bancário após sinais de estresse no mercado de crédito dos Estados Unidos. O índice pan-europeu Stoxx 600 recuou 0,95%, a 566,24 pontos, embora tenha acumulado alta semanal de 0,4%. Entre os principais índices, o CAC 40, de Paris, caiu 0,18%; o DAX, de Frankfurt, perdeu 1,82%; e o FTSE 100, de Londres, recuou 0,86%.
O tombo dos bancos foi generalizado, com Deutsche Bank, Barclays, Unicredit e BNP Paribas caindo entre 3,3% e 6,5%. A pressão veio após dois bancos regionais dos EUA relatarem fraudes em empréstimos ligados a fundos imobiliários problemáticos, o que acendeu o alerta para a qualidade do crédito e riscos de contágio. O ex-presidente do Banco Central Europeu, Jean-Claude Trichet, afirmou que a situação exige “cautela e vigilância”, embora não veja risco iminente de crise maior, e alertou para sinais de estagflação nos EUA.
Mesmo com a queda dos bancos, o setor de luxo ajudou a conter parte das perdas. As ações da EssilorLuxottica dispararam 13% e adicionaram quase US$ 20 bilhões ao valor de mercado, impulsionadas pelo sucesso dos óculos Ray-Ban com inteligência artificial. A LVMH também teve forte desempenho ao registrar seu primeiro crescimento trimestral de vendas em 2025, superando as expectativas do mercado.
Com esse movimento, o setor de luxo se destacou como o mais resiliente da semana, enquanto o mercado europeu segue em alerta para os desdobramentos do sistema financeiro americano. A preocupação com a saúde dos bancos e seus efeitos na economia global mantém os investidores em postura defensiva, mesmo diante de alguns sinais positivos em segmentos específicos. (Com informações da Reuters)
