Os acionistas da Cosan aprovaram nesta quinta-feira (23), em assembleia geral extraordinária, a dispensa de regras estatutárias para viabilizar o acordo de investimento firmado entre empresas ligadas à família de Rubens Ometto, o BTG Pactual e a gestora Perfin. A decisão abre caminho para uma nova estrutura acionária na companhia, que vem passando por um processo de capitalização bilionário.
Com a dispensa aprovada, BTG e Perfin passam a ser reconhecidos como grupos de acionistas da Cosan, desde que cumpram os critérios definidos no acordo — entre eles, as condições de liquidação da oferta e a composição de controle de seus fundos e entidades associadas.
Os investidores também aprovaram a renúncia à cláusula que obrigaria uma oferta pública de aquisição (OPA) em caso de aumento de participação acionária. Com o “waiver”, tanto o BTG quanto a Perfin poderão elevar suas fatias na empresa sem a necessidade de realizar uma OPA para os demais acionistas.
O movimento ocorre no contexto do plano de capitalização anunciado pela Cosan no mês passado, estimado em até R$ 10 bilhões. O BTG Pactual, liderado por André Esteves, será o principal investidor, com aporte de R$ 4,5 bilhões. A gestora Perfin contribuirá com cerca de R$ 2 bilhões, enquanto o fundador da Cosan, Rubens Ometto, investirá R$ 750 milhões por meio de seu family office, o Aguassanta.
Durante a assembleia, os acionistas também aprovaram o aumento do limite de capital autorizado da companhia para até 8 bilhões de ações ordinárias, medida que poderá ser implementada diretamente pelo conselho de administração, sem necessidade de nova reforma estatutária.
As deliberações representam mais um passo no processo de fortalecimento da estrutura financeira e de governança da Cosan, que busca consolidar sua posição no setor de energia, infraestrutura e agronegócio com novos parceiros estratégicos.









