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O que está por trás da queda de 3,5% das ações do Banco do Brasil (BBAS3) nesta quarta-feira?

Mesmo com alta de 8% no mês, o Banco do Brasil enfrenta pressão com a alta da inadimplência no agronegócio, que chegou a 8,1%

As ações do Banco do Brasil (BBAS3) caíram 3,5% nesta quarta-feira (12), a R$ 22,63, em meio à expectativa pelo balanço do terceiro trimestre. O mercado teme novos sinais de enfraquecimento nos lucros e na rentabilidade, após o banco registrar forte retração no resultado ao longo do ano.

O lucro, que já chegou a R$ 9 bilhões, recuou para cerca de R$ 4 bilhões, e analistas projetam que o trimestre pode trazer o pior desempenho de 2025. Dados do Banco Central apontam lucro de R$ 825 milhões em agosto, o que totalizaria R$ 2,4 bilhões no trimestre. Considerando itens não recorrentes, o JPMorgan estima resultado ajustado de R$ 3,1 bilhões, enquanto Flavio Conde, da Levante, projeta algo em torno de R$ 2,5 bilhões.

As estimativas abaixo da média do mercado — de R$ 3,2 bilhões — reforçam a visão de que o guidance do banco pode estar otimista demais, diante do cenário de crédito mais restrito e inadimplência em alta. O BB projeta lucro ajustado entre R$ 21 bilhões e R$ 25 bilhões em 2025, mas analistas consideram esse intervalo difícil de alcançar.

Apesar da queda de hoje, as ações acumulam alta de mais de 8% no último mês, o que pode abrir espaço para uma realização caso o resultado decepcione. Entre os pontos de atenção, está o aumento da inadimplência de pequenas e médias empresas e do setor agropecuário — que atingiu 8,1% no segundo trimestre, segundo a Serasa Experian —, afetando diretamente o principal credor do agronegócio no país.

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