A XP Investimentos afirmou que os títulos do Banco Master passaram a ser distribuídos na plataforma somente após o banco cumprir, em 2021, todos os parâmetros exigidos pela corretora para seleção de ativos. Segundo Gustavo Pires, sócio-diretor executivo da XP, o enquadramento nos critérios técnicos permitiu a inclusão do Master no portfólio ofertado aos clientes.
De acordo com Pires, três pilares determinam se um emissor pode ter títulos distribuídos pela XP: atendimento aos requisitos do índice de Basileia previstos pelo Banco Central, auditoria realizada por uma das firmas conhecidas como Big Four e classificação de risco emitida por uma agência internacional de rating. No caso do Master, o rating era fornecido pela Fitch Ratings.
Pires afirmou que o Master possuía um perfil de risco mais arrojado, mas ressaltou que esse enquadramento não impediu a distribuição, uma vez que os indicadores atendiam às exigências da corretora e estavam dentro dos limites regulatórios. Segundo ele, instituições com risco semelhante já haviam sido excluídas da plataforma em outras ocasiões justamente por não atenderem aos mesmos requisitos.
O executivo destacou que a remuneração oferecida pelo Master acompanhava o padrão de bancos de porte comparável. A média ponderada era de 121% do CDI, e boa parte dos investidores possuía aplicações dentro do limite do Fundo Garantidor de Créditos, de R$ 250 mil. Em alguns casos, a valorização das aplicações ao longo do tempo fez com que o valor aplicado ultrapassasse esse teto.
Representantes da XP também abordaram o fato de a corretora concentrar a maior participação na distribuição dos títulos do Master. Pires afirmou que a presença expressiva da corretora segue o padrão observado em outros ativos, dado o peso da XP no mercado de distribuição. Segundo ele, a participação no caso do Master foi semelhante à de emissões de instituições de perfil semelhante.
Pires enfatizou que a decisão de distribuir os títulos foi inteiramente técnica e seguiu as informações disponíveis ao mercado. Uma avaliação qualitativa além dos dados oficiais, segundo ele, poderia violar regras do Sistema Financeiro Nacional e gerar riscos de provocar movimentos de retirada de recursos. O executivo reforçou que, nos 12 meses anteriores à intervenção decretada pelo Banco Central, não havia registro de perda de rating nem de medidas regulatórias contra o Master.
O caso, segundo Pires, também reacende a discussão sobre melhorias no funcionamento do Fundo Garantidor de Créditos. Para ele, a proposta em estudo pela Associação Brasileira dos Bancos, que prevê a criação de limites também do lado dos ativos para instituições que captam valores superiores ao seguro, deve ganhar relevância. Pires afirmou que, na visão da corretora, ajustes estruturais no FGC seriam fundamentais para aumentar a segurança do sistema.









