A perspectiva para 2026 tem colocado o Tesouro IPCA+ entre os ativos de maior atenção no mercado de renda fixa. Em um ambiente marcado por potenciais pressões inflacionárias e por um ano eleitoral que tende a ampliar a incerteza fiscal, os títulos indexados ao IPCA vêm ganhando relevância nas carteiras. A avaliação é de Diogo Carvalho, Sales de Renda Fixa e Fundos Fechados da InvestSmart XP, que aponta que as taxas reais atualmente oferecidas estão em níveis pouco comuns na série histórica, o que abre espaço para oportunidades de alocação.
Carvalho observa que, desde 2010, quando a NTN-B Principal 2035 passou a ser negociada, apenas em uma pequena parcela do tempo as taxas reais superaram o patamar de IPCA mais 7% ao ano. Caso retornem ao intervalo considerado natural pelo mercado, entre IPCA mais 5% e IPCA mais 6% ao ano, investidores que aproveitarem o cenário atual podem assegurar um retorno real elevado no longo prazo, além de potencial ganho de capital em uma saída antecipada.
A relação entre o comportamento dos juros reais e dos juros prefixados ao longo de 2025 também reforça a percepção de assimetria. Enquanto as taxas do Tesouro Pré-Fixado registraram compressão significativa, a curva de juros reais permaneceu praticamente estável no período, o que, segundo Carvalho, evidencia o prêmio oferecido pelos títulos indexados à inflação e reforça a oportunidade presente.
Apesar do potencial de retorno, o especialista destaca a necessidade de atenção aos efeitos da marcação a mercado. Títulos de vencimentos mais longos ampliam a sensibilidade a movimentos de taxa, podendo gerar ganhos expressivos quando os juros recuam, mas também perdas relevantes quando ocorre abertura da curva. Para ele, compreender a dinâmica de precificação e o comportamento dos preços unitários é essencial para que o investidor avalie adequadamente os riscos e adote decisões compatíveis com seu horizonte e tolerância a volatilidade.









