O mercado financeiro reagiu com cautela nesta segunda-feira (20) ao avanço de rumores sobre uma possível operação entre o grupo Fleury e a Rede D’Or. As ações da companhia de medicina diagnóstica encerraram o pregão em queda de 4,3%, cotadas a R$ 14,91, o pior desempenho do Ibovespa no dia, que fechou com alta de 0,77%. No ponto mais baixo da sessão, os papéis chegaram a R$ 14,69.
A reação ocorreu após o Fleury confirmar, por meio de fato relevante, que mantém conversas com a Rede D’Or, mas ressaltou que ainda não há qualquer decisão sobre a realização ou não de uma transação. A empresa também afirmou que não existem compromissos firmados, documentos assinados ou decisões de sua administração relacionadas à continuidade das negociações.
O assunto ganhou força depois que o colunista Lauro Jardim, do jornal O Globo, revelou que a Rede D’Or teria suspendido as tratativas para aquisição do Fleury devido a divergências em relação ao preço solicitado e, em seguida, aberto diálogo com outras empresas do setor. Entre as interessadas estariam Alliança e Dasa, cujas ações chegaram a subir no início do pregão. Ao fim do dia, os papéis da Alliança avançaram 1,25%, e os da Dasa tiveram alta de 2,31%.
Procuradas pela Reuters, as duas companhias se manifestaram negando a existência de conversas em andamento. A Alliança declarou não ter conhecimento de qualquer negociação com a Rede D’Or, enquanto a Dasa afirmou que não está envolvida em tratativas. A Rede D’Or, por sua vez, não comentou o assunto.
A indefinição em torno do potencial acordo preocupa analistas e investidores. Em relatório enviado a clientes no domingo, o UBS BB classificou como negativa a notícia de que a Rede D’Or estaria conversando com outras empresas. Para a instituição, a parceria com o Fleury poderia gerar sinergias importantes para as operações combinadas, mas a falta de clareza sobre o andamento das negociações amplia o nível de incerteza e tende a manter a volatilidade dos papéis no curto prazo.
Do lado da Rede D’Or, analistas também destacaram possíveis desafios em eventuais novas operações, incluindo o risco de aumento do endividamento caso a empresa avance em acordos com outras companhias do setor.
