O Banco do Brasil iniciou nessa terça-feira (21) a oferta de uma nova linha de crédito rural com juros livres, voltada à renegociação de dívidas de produtores rurais de grande porte. A instituição prevê desembolsar até R$ 20 bilhões em novos financiamentos destinados a saldar débitos fora do alcance das linhas subsidiadas do governo.
De acordo com o vice-presidente de Agronegócios e Agricultura Familiar do BB, Gilson Bittencourt, o produto oferece duas modalidades de taxa de juros: pré-fixada, com custo a partir de 16,6% ao ano, e pós-fixada, calculada em CDI mais 2,9% ao ano. A linha atenderá produtores com dívidas superiores a R$ 3 milhões ou situados fora dos 1.419 municípios contemplados pela Medida Provisória 1.314/2025, que instituiu o programa de renegociação com recursos públicos.
Bittencourt destacou que o crédito foi desenhado para produtores acostumados a operar a taxas de mercado, que enfrentam risco de inadimplência ou já estão em situação de atraso. “Estamos falando de muitos produtores com dívidas altas, acima de R$ 3 milhões, que tradicionalmente contratam financiamentos a taxas livres. Essa linha é essencial para evitar o agravamento da inadimplência”, afirmou durante reunião da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA).
As condições da linha poderão variar conforme a avaliação de risco de crédito e as garantias apresentadas. Segundo o executivo, a modalidade pós-fixada tende a ser mais vantajosa no atual cenário de expectativa de redução da taxa Selic. “Se a Selic cair nos próximos meses, a contratação pós-fixada permitirá que o produtor se beneficie dessa queda ao longo do contrato”, explicou.
O crédito livre do BB possui prazo de até nove anos, com carência de um ano, período em que o cliente paga apenas os juros. “Isso impede que a dívida siga crescendo e dá fôlego financeiro ao produtor”, completou Bittencourt.
O vice-presidente afirmou ainda que o banco intensificará a liberação dessa linha em regiões não contempladas pela MP 1.314 e entre produtores que não se enquadram nos critérios do programa com recursos públicos. “A estratégia é alcançar o maior número possível de produtores e oferecer alternativas viáveis de regularização das dívidas rurais”, concluiu.
