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A partir de 1º de abril de 2025, compras internacionais feitas por meio de e-commerce estarão sujeitas a uma nova alíquota de ICMS de 20%, um aumento em relação aos atuais 17%. Com a adição do Imposto de Importação, a carga tributária total poderá chegar a 100% do valor da mercadoria, elevando significativamente os preços de produtos adquiridos em plataformas como Shein, Shopee e AliExpress.
Rodrigo Giraldelli, especialista em importação e CEO da China Gate, explica que o impacto será expressivo para os consumidores brasileiros. “O ICMS é calculado ‘por dentro’, ou seja, incide não apenas sobre o valor da compra, mas também sobre o Imposto de Importação. Um produto que hoje custa R$ 600 sem impostos sai por R$ 1.156 após a tributação atual. Com a nova alíquota, o mesmo item custará R$ 1.200, aumentando ainda mais o preço final”, destaca.
O aumento afetará principalmente consumidores das classes C, D e E, que representam a maior parte do público que busca produtos importados a preços acessíveis. Estudos indicam que quase metade desses consumidores não encontra substitutos nacionais equivalentes, seja por questões de preço ou disponibilidade.
Para Giraldelli, a solução para fortalecer a indústria nacional não está em onerar as importações, mas em reduzir a carga tributária sobre os produtos fabricados no Brasil. “Se o objetivo é incentivar a produção local, seria mais eficiente diminuir os impostos para as indústrias nacionais, tornando seus produtos mais competitivos no mercado”, sugere.
Empresas que dependem de produtos importados precisarão ajustar suas estratégias para lidar com o novo cenário tributário. Giraldelli recomenda alternativas como a importação em maior volume para diluir custos, negociação de preços com fornecedores e a busca por novos parceiros comerciais em países com menores custos de produção.
Além disso, o aumento da alíquota reforça a importância do planejamento tributário para empresas do comércio digital. “Será necessário revisar estratégias de precificação e logística, pois o impacto no preço final será inevitável”, afirma o especialista.
O aumento do ICMS sobre importações online se soma a outras medidas que vêm tornando as compras internacionais mais caras para o consumidor brasileiro. O tema continua em debate, tanto pelo impacto no bolso dos consumidores quanto pelas implicações para o setor econômico nacional. O que já está claro é que, para quem depende de produtos importados, o custo será mais alto a partir de 2025.