Fundador da Cosan afirma que taxa Selic em 13,25% torna investimentos inviáveis
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Empresariado fica “vagabundo” com juros altos, diz fundador da Cosan

O empresário Rubens Ometto criticou, nesta quarta-feira (26), o impacto dos juros elevados na economia brasileira, afirmando que a alta da taxa Selic desestimula investimentos produtivos. Durante uma conferência promovida pelo BTG Pactual, o fundador e presidente do conselho de administração da Cosan destacou que o retorno elevado em aplicações financeiras faz com que empresários optem por não correr riscos, prejudicando o crescimento econômico.

"Se você pode aplicar seu dinheiro a 15%, 16% — e, em alguns casos, até 20% ou 25% ao ano —, por que correr riscos? Isso faz com que todo mundo fique parado, sem produzir", afirmou Ometto. A crítica vem em um momento em que o Comitê de Política Monetária (Copom) elevou a taxa básica de juros para 13,25% ao ano em sua última reunião, realizada em 29 de janeiro. Esse foi o quarto aumento consecutivo, levando os juros reais (descontada a inflação) a ultrapassar os 9% ao ano. O mercado projeta que a Selic encerre 2025 na casa dos 15%.

Para Ometto, o cenário atual torna desafiador administrar investimentos e buscar retorno no setor produtivo. “Com juros reais de 9% ou 10% ao ano, fica impossível gerir qualquer investimento. O empresário terá que buscar alternativas para rentabilizar seus negócios, seja imobilizando ativos, seja investindo em private equity ou acessando o mercado de capitais para captar recursos", explicou.

O empresário tem sido um crítico frequente da política de juros no Brasil. Em outubro de 2024, ele já havia questionado o então presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, sobre os impactos das altas taxas na atividade econômica. O grupo Cosan, liderado por Ometto, tem forte atuação no agronegócio e na distribuição de combustíveis, sendo um dos maiores produtores de etanol do mundo.

Durante sua participação no evento do BTG Pactual, Ometto também mencionou um investimento malsucedido da Cosan na mineradora Vale, que foi impactado pela elevação dos juros. “Nós fizemos um investimento na Vale que não deu certo por causa dos juros", relatou o empresário, reforçando como o custo do crédito elevado pode comprometer a viabilidade de projetos de longo prazo.

redacao
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