Governo se movimenta para indicar nome para presidência do Conselho de Administração da Petrobras
Cargo ficará disponível com a provável nomeação de Pietro Mendes para a ANP

O Palácio do Planalto está em processo de avaliar a nomeação de Bruno Moretti para a presidência do Conselho de Administração da Petrobras. O atual ocupante do cargo, Pietro Mendes, deverá ser indicado para a diretoria-geral da Agência Nacional de Petróleo (ANP), o que abrirá a vaga para a possível ascensão de Moretti. Atualmente, Moretti atua como Secretário Especial de Análise Governamental da Casa Civil e mantém uma relação de proximidade com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

A movimentação de Pietro Mendes e a ascensão de Moretti

Com a indicação de Pietro Mendes para a ANP, ele deverá deixar sua posição no Conselho de Administração da Petrobras e também a Secretaria de Petróleo e Gás do Ministério de Minas e Energia. A saída de Mendes abre espaço para Bruno Moretti, nome de confiança de Lula e da cúpula petista, assumir a presidência do conselho. Moretti, que já possui um assento no Conselho de Administração da Petrobras, é considerado uma escolha natural, especialmente pela boa avaliação de sua gestão na Casa Civil sob o ministro Rui Costa.

Servidor de carreira desde 2004 no Ministério do Planejamento, Bruno Moretti acumula vasta experiência, tendo atuado como assessor da liderança do Partido dos Trabalhadores (PT) no Senado. Sua trajetória discreta e bem articulada nos bastidores o coloca como um dos nomes mais próximos de Rui Costa, o que reforça seu potencial para liderar o conselho da maior estatal brasileira.

Relações estratégicas e desafios no Conselho de Administração

Além de ser bem-visto pelo Palácio do Planalto, Bruno Moretti possui uma boa relação com a presidente da Petrobras, Magda Chambriand. Caso assuma a presidência do Conselho de Administração, Moretti poderá acumular o cargo com sua atual função na Casa Civil, permanecendo na equipe de Rui Costa.

O Conselho de Administração da Petrobras é um dos mais estratégicos dentro da estrutura do governo federal, uma vez que a Petrobras desempenha papel crucial na economia e no setor energético brasileiro. A indicação de Moretti traria um nome de confiança de Lula e do PT para um dos postos mais importantes da estatal, enquanto Mendes, ao ser alocado na ANP, ampliará a influência do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, em órgãos reguladores.

O papel de Alexandre Silveira nas indicações

A nomeação de Pietro Mendes para a ANP, aguardando apenas a assinatura do presidente Lula antes de ser enviada ao Congresso, amplia a participação de Silveira no governo. Com a saída de Mendes do Conselho de Administração da Petrobras, Silveira terá a responsabilidade de indicar um novo nome para ocupar a cadeira deixada pelo secretário.

Essa série de movimentações fortalece a posição de Silveira, que já vem sendo alvo de críticas pela sua atuação em relação às agências reguladoras. O fortalecimento de sua influência, contudo, é visto como estratégico pelo Planalto, uma vez que o governo tem a maioria dos assentos no conselho da Petrobras, o que lhe permite eleger os nomes indicados.

A transição na ANP e a influência política

Pietro Mendes, servidor de carreira da ANP, acumula ampla experiência dentro do órgão, tendo atuado como assessor do diretor-geral e representado a agência em diversos eventos públicos e internacionais. Sua nomeação para o comando da ANP deve ser submetida ao Senado, onde passará por sabatina e votação para aprovação.

Se aprovado, Mendes substituirá Rodolfo Henrique de Saboia, que foi indicado ao cargo de diretor-geral da ANP em 2020, durante o governo de Jair Bolsonaro. A transição, marcada para o final do ano, representa mais uma mudança significativa nas estruturas do governo federal relacionadas ao setor energético.

Conclusão

As movimentações no comando da Petrobras e da ANP refletem a estratégia do governo Lula de consolidar nomes de confiança em cargos-chave no setor de energia. A possível ascensão de Bruno Moretti à presidência do Conselho de Administração da Petrobras e a indicação de Pietro Mendes para a ANP demonstram uma articulação cuidadosa para manter a influência do governo no controle das principais estatais e agências reguladoras do país.

 

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