Views
A Petrobras deve apresentar resultados positivos no terceiro trimestre de 2024, com um lucro líquido estimado em R$ 29,46 bilhões, o que representa um crescimento de 10,7% em relação ao mesmo período do ano anterior, segundo projeções de bancos como Santander, Itaú BBA, BTG Pactual, Citi e Ativa Investimentos. Esse aumento reflete o bom desempenho da área de refino da companhia, que registrou crescimento de 9% em relação ao terceiro trimestre de 2023, mesmo em meio à queda no preço do petróleo e redução do volume de produção.
Apesar da previsão de lucro, o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) deve sofrer uma queda de 4,8%, atingindo R$ 63 bilhões, devido ao impacto da queda de 8,58% no preço do Brent e do menor volume de vendas. A estimativa de Ebitda mais otimista é do BTG Pactual, com R$ 64,5 bilhões, enquanto a mais conservadora vem da Ativa Investimentos, com R$ 59,6 bilhões.
No terceiro trimestre, o Brent registrou uma média de US$ 77,98 por barril, inferior aos US$ 85,29 do ano anterior, o que reduziu as margens da Petrobras. No entanto, a produção e as vendas estáveis, combinadas com margens de refino favoráveis, ajudaram a compensar parcialmente o efeito do petróleo mais barato, de acordo com o Santander e o BTG Pactual.
Produção e Utilização das Refinarias
A produção nacional de petróleo e gás da Petrobras caiu 6,6% no terceiro trimestre, alcançando 2,654 milhões de barris de óleo equivalente por dia. Segundo a presidente Magda Chambriard, esse declínio foi devido à falta de novos ativos e ao declínio natural dos campos. Sylvia Anjos, diretora de exploração e produção, destacou ainda que paradas de manutenção contribuíram para uma redução de 144 mil barris por dia.
Apesar da queda, o fator de utilização das refinarias da Petrobras permaneceu elevado, em 95%, pouco abaixo dos 96% do ano anterior.
Expectativa de Dividendos e Debate Entre Analistas
Os analistas estão divididos sobre a possibilidade de distribuição de dividendos. O Santander projeta que a Petrobras poderá anunciar US$ 2,4 bilhões em dividendos ordinários, enquanto o Itaú BBA prevê uma remuneração de US$ 2,5 bilhões, além da possibilidade de um anúncio de até US$ 2,6 bilhões em dividendos extraordinários, baseando-se em uma perspectiva de preço do petróleo em torno de US$ 77 por barril e o limite de dívida bruta de US$ 65 bilhões da Petrobras.
No entanto, o Citi mostra-se cauteloso em relação aos dividendos extraordinários. Segundo o banco, um pagamento extraordinário poderia comprometer os planos de aumento de investimentos da estatal. Na visão do Citi, se a Petrobras optar por um dividendo extraordinário, é possível que o anúncio ocorra entre os resultados trimestrais e a divulgação do plano estratégico para 2025-2029, prevista para 21 de novembro.
O anúncio de dividendos será um ponto de atenção no mercado, refletindo o balanço entre a política de remuneração dos acionistas e os planos de investimento futuro da Petrobras.