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A Caixa Econômica Federal anunciou, nesta terça-feira (25), um lucro líquido recorrente de R$ 14 bilhões em 2024, o que representa um crescimento de 31,9% em relação ao ano anterior. O resultado positivo reflete não apenas o desempenho operacional do banco estatal, mas também a expansão do crédito, especialmente no segmento imobiliário, onde a Caixa reforçou sua liderança de mercado.
A margem financeira da instituição somou R$ 61,6 bilhões no ano, um aumento de 1,3% em relação a 2023. Apenas no quarto trimestre, o lucro atingiu R$ 4,6 bilhões, alta de 59,7% na comparação anual e de 40,4% em relação ao trimestre anterior. A rentabilidade do banco, medida pelo retorno sobre o patrimônio líquido (ROE), também avançou, passando de 8,43% para 10,4% ao longo de 2024.
Um dos destaques do balanço divulgado pela Caixa foi o desempenho no crédito imobiliário. A instituição atingiu uma participação de 67,2% no mercado, com uma carteira que soma R$ 832,1 bilhões, um crescimento de 13,5% em comparação com 2023. O volume de novas contratações bateu recorde, chegando a R$ 223,6 bilhões, 20,6% acima do registrado no ano anterior. Esse movimento consolida o papel da Caixa como principal financiadora habitacional do país e indica um ambiente mais aquecido para o setor imobiliário.
A ampliação da oferta de crédito ocorre em um cenário de redução da inadimplência, que caiu 0,18 ponto percentual, fechando 2024 em 1,97%. O dado reforça a solidez da carteira de crédito da instituição, o que pode influenciar a estratégia de concessão de financiamentos nos próximos meses. Com taxas de juros ainda em patamares elevados no mercado, a Caixa mantém uma política de crédito voltada para facilitar o acesso à moradia, principalmente por meio de programas como o Minha Casa, Minha Vida.
A expansão da carteira de crédito da Caixa tem impacto direto na economia brasileira. O aumento do financiamento imobiliário pode impulsionar o setor da construção civil, gerando mais empregos e movimentando a cadeia produtiva do setor. Além disso, a forte presença da Caixa no segmento de crédito pode pressionar outras instituições financeiras a reduzirem taxas para competir com o banco estatal.
Especialistas apontam que o cenário para 2025 será desafiador, especialmente diante das incertezas econômicas e da necessidade de manter o equilíbrio entre crescimento da carteira e controle do risco de inadimplência. O desempenho da Caixa ao longo deste ano será um indicativo do impacto de sua atuação não apenas no setor bancário, mas também na economia real, principalmente no mercado de habitação.