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A Empiricus Research atualizou sua carteira recomendada para dezembro, substituindo as ações do Grupo SBF (SBFG3) pelos papéis do BR Partners (BRPI11). A decisão vem após o desempenho expressivo da SBF, que acumulou valorização de 78%, frente aos 11% do Ibovespa no mesmo período.
Mudança Estratégica
A troca reflete uma estratégia mais defensiva, conforme destaca Larissa Quaresma, analista responsável pelo relatório. A carteira passa a ter 25% de exposição ao setor financeiro e outros 25% ao setor elétrico, totalizando 50% em setores não-cíclicos. Essa alocação visa proteger os investimentos em um ambiente macroeconômico incerto, mantendo ainda 15% de exposição ao dólar e 35% em ações sensíveis à taxa de juros, apostando em uma eventual recuperação.
Composição da Carteira
Além da inclusão de BR Partners, a carteira é composta pelos seguintes papéis:
- Equatorial (EQTL3): destaque no setor elétrico.
- Itaú (ITUB4): gigante do setor bancário.
- Iguatemi (IGTI11): referência em shoppings.
- Prio (PRIO3): atuante no setor de petróleo.
- Cosan (CSAN3): player importante em energia e infraestrutura.
- Eletrobras (ELET6): líder em geração e transmissão de energia.
- Direcional (DIRR3): construtora com foco em imóveis populares.
- Localiza (RENT3): referência em aluguel de carros.
- Porto Seguro (PSSA3): seguradora sólida e resiliente.
Cenário Fiscal: Uma Ponte para 2026
No final de novembro, o mercado reagiu de forma adversa às medidas fiscais anunciadas pelo governo, resultando em um Ibovespa aos 124 mil pontos, juros futuros acima de 13% e o dólar cotado a R$ 6. Quaresma avalia que o mercado exagerou em sua resposta, destacando que o prêmio de risco de 4,6% ao ano torna o mercado acionário atrativo para investidores de longo prazo, mesmo em meio à volatilidade.
A analista acredita que, com rigor na execução, as novas medidas podem viabilizar a meta de déficit primário zero para 2025. Entretanto, aponta a necessidade de um debate mais profundo sobre a estrutura fiscal até 2026. "O pacote é uma ponte para os próximos dois anos, mas será essencial revisitar a questão fiscal de forma mais abrangente no futuro", ressalta.
Desempenho da Carteira
Em novembro, a carteira da Empiricus registrou queda de 7,2%, superior ao recuo de 3,1% do Ibovespa e à queda de 4,5% do índice Small Caps. Em 12 meses, o portfólio acumula retração de 1,1%, refletindo os desafios impostos pelo ambiente macroeconômico.
Perspectivas para Dezembro
Com a mudança de composição e foco em setores defensivos, a Empiricus busca oferecer resiliência em meio à volatilidade e incertezas econômicas. A aposta em BR Partners e outros ativos estratégicos visa equilibrar proteção e potencial de crescimento, reforçando a necessidade de uma visão de longo prazo para enfrentar o atual cenário.