BlackRock traz ETF de bitcoin à vista ao Brasil
Os ETFs são fundos comprados em bolsa que acompanham um índice de mercado e os BDRs são recibos de ativos estrangeiros negociados na bolsa brasileira

O famoso ETF de bitcoin da maior gestora de ativos do mundo, a BlackRock, que foi autorizado e começou a ser negociado em janeiro nos Estados Unidos, chegará à bolsa brasileira, a B3, nesta sexta-feira (1º). Aqui, ele poderá ser negociado por meio de um BDR de ETF.

Os ETFs são fundos comprados em bolsa que acompanham um índice de mercado e os BDRs são recibos de ativos estrangeiros negociados na bolsa brasileira. Assim, os BDRs de ETFs são papéis negociados na B3, que possuem como lastro cotas de ETFs do exterior.

Com o código IBIT39, o BDR de ETF iShares Bitcoin Trust acompanhará o desempenho do preço do bitcoin . O produto novo inicialmente estará disponível apenas a investidores qualificados, que possuem mais de R$ 1 milhão em aplicações financeiras, mas deve estar acessível em breve aos investidores em geral.

A taxa de administração cobrada será de 0,25%, com isenção de um ano. A taxa será reduzida para 0,12% sobre os primeiros US$ 5 bilhões de ativos sob gestão. Os BDRs de ETFs de renda variável são tributados, com alíquota de 15% sobre o ganho de capital, com autorecolhimento pelo investidor via DARF.

A Black Rock já lançou 140 BDRs de ETFs na bolsa brasileira, que ainda não deslancharam com força em meio à taxa de juros alta e à competição com papéis isentos de imposto de renda. Esse é o primeiro de bitcoin da BlackRock e da bolsa brasileira.

Karina Saade, presidente da gestora no Brasil, afirmou que o BDR de ETF foi lançado neste momento porque houve a aprovação agora, mas que não é uma recomendação da gestora comprar ou não bitcon. "Não estamos lançando porque está na hora de comprar bitcoin. Só reconhecemos que é uma classe de ativos relevante", disse.

Entenda

Após anos de embate com o mercado de criptoativos, a Securities and Exchange Commission (SEC, o regulador nos Estados Unidos) autorizou os ETFs com exposição direta a bitcoin no dia 10 de janeiro. A resposta era ansiosamente aguardada pelo mercado, desde que a BlackRock encabeçou a lista de instituições financeiras grandes que pediram a aprovação desses fundos.

Apesar da SEC afirmar que a aprovação do ETF não representa uma "aprovação ou um endosso ao bitcoin", analistas afirmam que a autorização para esses novos produtos significa um marco para a expansão da criptomoeda.

Não por acaso, o bitcoin chega ao fim de fevereiro acumulando alta de 47% no mês, para acima US$ 62 mil, e encabeçando a lista de melhores performances entre os ativos. A alta é atribuída ao crescente fluxo para os ETFs de bitcoin, que tiveram captação líquida acima de US$ 7 bilhões desde a estreia.

Até agora, os brasileiros tinham à disposição 13 ETFs de criptomoedas na B3, que acumulam R$ 2,5 bilhões sob gestão e 170 mil investidores. O primeiro e mais famoso era o ETF com código HASH11, da gestora Hashdex.

Felipe Gonçalves, superintendente de produtos de juros e moedas da B3, afirmou que os BDRS dão acesso a investimentos internacionais de uma forma mais simples. Ainda, ele disse que a negociação dos ETFs de criptomoedas em bolsa conta com mecanismos de proteção de preço em caso de oscilações muito bruscas.

"Acompanhamos a demanda por produtos com exposição a criptoativos e estamos bem atentos e comprometidos a oferecer oportunidades para os clientes", acrescentou.

redacao
Conta Oficial Verificada