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A Fitch Ratings rebaixou a nota de crédito da Azul em moedas estrangeira e local de “C” para “SD” (default seletivo) e, em seguida, elevou-a para “CCC”, com perspectiva positiva. No âmbito nacional, a nota foi reduzida de “C(bra)” para “RD(bra)” (default restrito) e, posteriormente, ajustada para “CCC(bra)”. Segundo os analistas Debora Jalles, Francisco Mercadal e Martha Rocha, a alteração reflete a avaliação de que a recente oferta de troca de dívida da companhia equivale a um calote, realizada em um contexto de dificuldades financeiras, o que influencia diretamente o perfil de risco da empresa após o processo de reestruturação.
A perspectiva positiva atribuída pela agência indica que o perfil de crédito da Azul tende a se fortalecer no curto e médio prazo. Esse otimismo se baseia na melhoria contínua do fluxo de caixa e em possíveis eventos de liquidez previstos no plano de reestruturação da companhia aérea. No entanto, a Fitch alerta que a alta alavancagem da empresa, a limitada flexibilidade financeira e os riscos inerentes ao setor aéreo continuam a pressionar suas classificações de crédito.
A agência também destacou que as atuais avaliações não consideram um eventual processo de fusão ou união de negócios com a Gol. Caso a operação avance, a Fitch reavaliará o impacto nos ratings da Azul assim que os termos finais forem divulgados, podendo ajustar novamente a nota de acordo com o novo cenário financeiro e operacional da companhia.