A agência de classificação de risco Fitch revisou para cima a nota da Argentina quanto à sua capacidade de pagamento da dívida em moeda estrangeira. A avaliação passou de CCC para CCC+, um avanço que, embora ainda mantenha o país em grau especulativo, reflete uma melhora no cenário econômico. A informação é do site especializado Ámbito Financiero.
Segundo a Fitch, a economia argentina apresentou uma recuperação mais forte do que o previsto, com a desinflação ganhando ritmo. Fatores como o novo regime cambial e recentes ajustes na política econômica devem sustentar essa trajetória positiva nos próximos meses. No entanto, a agência alerta que a acumulação de reservas internacionais continua incerta, especialmente diante da preferência do governo por manter uma moeda forte, mesmo com acesso ainda limitado aos mercados externos.
Outro ponto de atenção é o cenário político. As eleições legislativas de outubro serão determinantes para testar o apoio popular ao programa econômico liderado pelo presidente Javier Milei. A continuidade das reformas depende, em grande parte, da consolidação política de seu governo.
O impacto da elevação da nota pela Fitch já foi sentido nos mercados. A Bolsa de Buenos Aires registrou forte alta nesta segunda-feira (13), impulsionada tanto pelo otimismo interno quanto por fatores externos, como o acordo entre Estados Unidos e China para suspender por 90 dias parte das tarifas bilaterais, o que reaqueceu o apetite global por risco.
O dólar oficial na Argentina recuou para 1.130,63 pesos, enquanto o dólar paralelo — o chamado “dólar blue” — caiu 0,43%, sendo negociado a 1.170,00 pesos, conforme dados do Ámbito.
Milei tem adotado um rígido controle fiscal para conter a inflação, uma das mais altas do mundo. Em meio a esse cenário, o Fundo Monetário Internacional (FMI) anunciou recentemente um novo programa de apoio ao país, no valor de US$ 20 bilhões.
No campo político, o partido de Milei tem ampliado sua presença nas províncias argentinas. Em Salta, conquistou a capital provincial; no Chaco, venceu ao lado do governador Leandro Zdero, afastando o peronismo. Em Jujuy, teve bom desempenho e se consolidou como a segunda maior força política local. Apenas em San Luis, onde não apresentou candidatos, ficou de fora da disputa.
