Incorporadoras do Minha Casa, Minha Vida registram recorde de vendas
Incorporadoras do Minha Casa, Minha Vida registram recorde de vendas no segundo trimestre de 2024, impulsionadas por incentivos governamentais

As incorporadoras listadas na Bolsa que atuam no programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV) tiveram um desempenho recorde de vendas no segundo trimestre de 2024. Impulsionadas pelos incentivos do governo federal e dos estados, Cury, Direcional, MRV e Plano & Plano alcançaram picos de vendas de imóveis entre abril e junho, conforme revelam suas prévias operacionais. A Tenda também obteve um aumento significativo nas vendas, embora sem atingir um recorde.

No total, as cinco incorporadoras registraram vendas líquidas de R$ 7,2 bilhões no segundo trimestre de 2024, um aumento de 33,4% em relação ao mesmo período de 2023. Elas também aceleraram o lançamento de novos projetos, totalizando empreendimentos avaliados em R$ 7,1 bilhões, um avanço de 31,8% na comparação anual.

Ricardo Paixão, diretor financeiro e de relações com investidores da MRV&Co, destacou que o MCMV está em sua melhor fase, graças às recentes medidas de incentivo. “O momento é muito bom. E vai ficar ainda melhor”, afirmou Paixão, referindo-se a novas melhorias em implementação.

Desde meados de 2023, o governo federal aumentou o subsídio para a aquisição de imóveis, reduziu os juros para famílias de menor renda e elevou o teto de preços dos imóveis. Além disso, o prazo de financiamento foi estendido de 30 para 35 anos, e a alíquota do Regime Especial de Tributação (RET) foi reduzida de 4% para 1% para projetos da faixa 1 do MCMV. O mais recente benefício, o “FGTS Futuro”, permite que os mutuários usem os depósitos futuros no FGTS para pagar as parcelas do financiamento, aumentando o poder de compra.

A Moura Dubeux, atuante no Nordeste, também registrou expansão nos lançamentos e vendas, com um resultado histórico. “Foi o recorde de vendas para qualquer trimestre da história da companhia”, disse Diego Villar, presidente da incorporadora.

A Eztec cresceu em vendas apesar de uma redução nos lançamentos. Os analistas Ygor Altero e Ruan Argenton, da XP, apontaram que o crescimento significativo nas vendas de unidades prontas reduziu o estoque, potencialmente aumentando o apetite para novos lançamentos.

Os governos estaduais também contribuíram com subsídios adicionais aos compradores de imóveis do MCMV, facilitando o acesso de famílias de baixa renda ao mercado imobiliário. Programas como o Casa Paulista (SP), Morar Bem (PE) e Casa Fácil (PR) oferecem subsídios que variam entre R$ 11 mil e R$ 20 mil.

Esses programas impulsionaram as vendas e melhoraram a liquidez das incorporadoras. Na MRV, 55% das cidades onde a empresa atua já possuem programas extras, com outras 25% sinalizando futuras medidas. A Tenda destacou que os programas regionais aumentaram as vendas brutas em São Paulo, Ceará e Pernambuco.

Mesmo com a alta nos preços, o crescimento das vendas foi notável, indicando um ganho de margem de lucro pelas empresas. O preço médio dos apartamentos da MRV foi de R$ 245 mil no segundo trimestre, um aumento de 9,6% em um ano. Na Cury, o preço médio foi de R$ 301,5 mil, alta de 8,3%; na Plano & Plano, R$ 235 mil, aumento de 8,5%; e na Tenda, R$ 212,1 mil, alta de 4,4%.

Analistas do Santander classificaram os números operacionais da Cury como “impressionantes”, destacando o forte crescimento dos lançamentos e vendas contratadas líquidas. A Tenda foi elogiada pela velocidade consistente de vendas, apesar dos atrasos nos lançamentos. A Direcional também foi destacada por seu crescimento combinado com a geração de caixa, apresentando números operacionais fortes, conforme analisaram Gustavo Cambaúva e Elvis Credendio, do BTG Pactual.

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