Mercado está menos otimista para 2º semestre, aponta analista
Para Vinícius Carmona, do BR Partners, 2024 começou animador, porém expectativa era de taxa de juros menor; momento é de atenção para gastos do governo

Encerrado o primeiro semestre de 2024, as projeções para a economia brasileira nos próximos seis meses apontam para uma expectativa menos otimista, com limitação para a queda da taxa Selic, hoje em 10,5% ao ano, e dúvidas sobre o arcabouço fiscal. “Começamos o ano com expectativa muito alta, mas o humor mudou muito, os juros não vão cair tanto quanto o mercado estava esperando. No começo de 2024, a expectativa era que a taxa de juros caísse para 9% até o final do ano, mas hoje estamos falando em manter a taxa de juros em 10,5% no melhor dos cenários”, afirma Vinícius Carmona, sócio e diretor de Relações com Investidores do banco de investimentos BR Partners.

O executivo lembra que o primeiro trimestre de 2024 deu continuidade a um cenário benigno que já vinha desde o quatro trimestre de 2023, com mercado de dívidas bastante aquecido. Porém, no último boletim Focus, divulgado na última semana pelo Banco Central, a expectativa para a inflação deste ano subiu de 3,98% para 4,00%, em uma sequência de altas. Para 2025, a projeção também aumentou de 3,85% para 3,87%. A projeção do PIB para 2024 permanece em 2,09%.

“Os resultados econômicos em curto prazo dependerão se o governo de fato vai conseguir cumprir a meta de gastar até 2,5% acima da inflação. Temos avanços positivos em alguns mercados em que o banco atua, mas outros em que não atua, como o ECM (mercado de capitais de ações), por exemplo, aguardam as oscilações dos juros do Brasil e do exterior”, diz Carmona. “Em comparação do primeiro trimestre de 2023 com o primeiro tri de 2024, vemos mais possibilidades do que ano passado. Pelo período ter começado relativamente positivo, ainda é possível que o mercado avalie os próximos meses como um horizonte afirmativo”, completa o executivo.

Em relação ao BR Partners, a agenda continua positiva: devido aos êxitos do primeiro trimestre, com aquecimento do mercado de fusões e aquisições, o incremento da renda fixa e a inclusão de serviços em seu pipeline, o banco reportou, no balanço do primeiro tri de 2024, lucro líquido de R$ 49,5 milhões, aumento de 49,3% em relação aos três primeiros meses de 2023. Já as receitas somaram R$ 137,6 milhões, expansão de 35,5%. O grande destaque foi a área de Wealth Management: entre o último tri de 2023 e o primeiro de 2024, o volume total de patrimônio assessorado pelo banco aumentou em 16%.

redacao
Conta Oficial Verificada