Petrobras reforçará foco em novas reservas de petróleo e gás em novo plano estratégico
A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, afirmou que a projeção de investimentos ainda está em análise, mas adiantou que o novo plano não deverá trazer mudanças drásticas

O novo plano estratégico da Petrobras, previsto para ser anunciado em novembro, deve manter a linha do atual, mas com um foco ainda mais forte na busca por novas reservas de petróleo e gás. Durante um café da manhã com jornalistas nesta segunda-feira (14), a direção da estatal indicou que a máxima do plano será "cada gota de óleo é importante", reforçando o compromisso com a exploração de recursos.

A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, afirmou que a projeção de investimentos ainda está em análise, mas adiantou que o novo plano não deverá trazer mudanças drásticas. O plano anterior previa US$ 102 bilhões em cinco anos, mas esse número já sofreu ajustes em 2024. "Quem disser que sabe o número está fechado, não está correto", disse Magda, referindo-se às especulações sobre possíveis aumentos ou reduções nos investimentos. Ela ressaltou que o valor não será "o dobro nem a metade" do anterior.

Política de dividendos e projetos de recuperação de campos antigos

O diretor financeiro da Petrobras, Fernando Melgarejo, destacou que a política de dividendos ordinários, que distribui 40% do fluxo de caixa livre da companhia, deve permanecer inalterada. No entanto, a distribuição de dividendos extraordinários dependerá do volume de investimentos e de um possível ajuste no patamar mínimo de caixa, atualmente em US$ 8 bilhões.

No campo dos projetos, a Petrobras continuará priorizando a exploração e produção de petróleo, com atenção especial à recuperação de campos antigos da Bacia de Campos, que celebra 50 anos em 2024. Grandes campos como Roncador e Marlim, que foram cruciais para a autossuficiência do Brasil, já estão passando por revitalizações. A Petrobras também estuda o reaproveitamento de plataformas antigas como alternativa para reduzir custos, especialmente considerando o elevado preço das novas plataformas de produção, que podem custar até US$ 4 bilhões.

Novas plataformas e estratégia de transição energética

A Petrobras prevê a entrada de três novas plataformas ainda este ano, uma no campo de Jubarte, na Bacia de Campos, e duas no pré-sal da Bacia de Santos. Entre elas, uma será a maior plataforma em operação no Brasil, com capacidade para produzir 225 mil barris de petróleo por dia.

No que diz respeito à transição energética, a estatal continuará focando na descarbonização, com investimentos em combustíveis mais renováveis, como o diesel R5, que utiliza óleos vegetais, e o combustível marítimo com 24% de biocombustível. No entanto, os investimentos em energia solar e eólica dependem de uma melhora nos preços de venda de energia, que atualmente estão pressionados pelo excesso de oferta no mercado. Segundo o diretor de Transição Energética e Sustentabilidade, Maurício Tolmasquim, a Petrobras já tem projetos em vista, mas aguarda melhores condições de preços para avançar.

Desafios e perspectivas para o futuro

O elevado custo das plataformas e as limitações técnicas continuam sendo desafios para a Petrobras, especialmente no contexto de viabilizar projetos menores. No entanto, a empresa está buscando alternativas criativas para contornar esses obstáculos, incluindo a revitalização de plataformas antigas. A companhia também enviou uma mensagem ao mercado sobre a necessidade de reduzir os preços das plataformas, buscando parcerias com fornecedores que também precisem inovar.

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