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O Tesouro Nacional captou US$ 2,75 bilhões no mercado internacional com a emissão de títulos da dívida externa, sendo US$ 1,5 bilhão com vencimento em 2030 e US$ 1,25 bilhão para 2035. A operação, realizada em 4 de junho, teve forte adesão dos investidores, com demanda de US$ 10,9 bilhões — quase quatro vezes a oferta —, alcançando o maior nível em sete anos. A maioria dos compradores é da Europa e América do Norte.
As taxas dos títulos de cinco anos foram de 5,68% ao ano, as mais altas já pagas nesse prazo, mas abaixo da expectativa de 6,125%. Já os títulos de dez anos saíram a 6,73% ao ano, levemente inferiores à previsão de 7,125%. Apesar dos juros elevados em relação a anos anteriores, o spread sobre os títulos do Tesouro norte-americano ficou abaixo do último patamar para os papéis de cinco anos.
O aumento nas taxas reflete o atual cenário de juros altos nos EUA, o que eleva o custo para países emergentes como o Brasil captarem recursos. Ainda assim, os números indicam confiança do mercado na capacidade de pagamento do Brasil, já que o prêmio de risco não subiu de forma desproporcional.
Os recursos captados serão incorporados às reservas internacionais em 11 de junho. Mais do que reforçar o caixa do país, a emissão serve como referência de preço para empresas brasileiras no exterior e contribui para aumentar a liquidez da dívida soberana brasileira.