A Petrobras iniciou a distribuição de combustível sustentável de aviação no Aeroporto Internacional Tom Jobim, no Rio de Janeiro, marcando sua primeira entrega de SAF após se tornar a única empresa com produção integral do produto no Brasil. O fornecimento ocorreu com 3 mil metros cúbicos comercializados para distribuidoras que atuam no terminal, volume equivalente a um dia de consumo dos aeroportos fluminenses.
A oferta do combustível nacional chega em um momento de avanço do mercado no país. Em novembro, a Vibra Energia passou a abastecer dois voos diários em Salvador com SAF importado, tornando o aeroporto da capital baiana o primeiro do país a utilizar o produto em operações comerciais regulares. A movimentação das empresas ocorre antes da entrada em vigor de regras que, a partir de 2027, tornarão obrigatória a utilização de SAF por companhias aéreas que operam no Brasil.
Segundo a Petrobras, o combustível entregue no Galeão foi produzido por coprocessamento na Reduc, no Rio de Janeiro, unidade certificada para fabricação e comercialização do produto. A refinaria tem autorização da ANP para incorporar até 1,2% de matéria-prima renovável na rota de produção. A companhia afirma estar habilitada para empregar óleo técnico de milho ou óleo de soja como insumos, com redução potencial de até 87% nas emissões líquidas de CO₂ na parcela renovável. O resultado final, segundo a empresa, mantém identidade química com o combustível fóssil tradicional, mas inclui fração derivada de fontes sustentáveis.
Outras unidades da estatal já realizam testes para ampliar o fornecimento futuro. A Revap, em São José dos Campos, produziu lotes em avaliação pela rota de coprocessamento de óleo vegetal com correntes de petróleo. A previsão é que a Replan, em Paulínia, e a Regap, em Minas Gerais, passem a produzir e comercializar SAF até 2026, o que ampliaria a oferta e prepararia a companhia para atender à demanda crescente do setor aéreo.
A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, afirmou que a estratégia busca antecipar as exigências regulatórias nacionais e internacionais. A adoção do combustível sustentável é considerada uma das principais frentes para a redução das emissões no transporte aéreo.









