Brasil é potência para investimentos, mas precisa parar de se sabotar, alertam líderes financeiros
A fala dos líderes reforça que, embora o Brasil possua grandes vantagens para atrair investimentos, é necessário foco e execução de políticas para consolidar sua posição

Durante o 7º Fórum Brasil de Investimentos, realizado pela ApexBrasil, líderes financeiros destacaram o potencial do Brasil para atrair investimentos estrangeiros, mas também alertaram sobre os desafios internos que o país precisa enfrentar. José Berenguer, CEO do Banco XP, enfatizou que o Brasil possui uma matriz energética promissora e está distante de conflitos geopolíticos, o que o torna um destino atrativo para investidores. No entanto, ele ressaltou que o país frequentemente se “auto-atrapalha” com instabilidade e ruídos políticos. "Um pouco de serenidade vai fazer muita diferença", afirmou Berenguer, observando que “basta não atrapalhar” para que o fluxo de investimentos aumente.

Berenguer também destacou a importância de estabilidade nas metas econômicas. “Meta não se discute, se cumpre”, comentou, referindo-se às recentes discussões sobre mudanças nas metas de inflação e no arcabouço fiscal. Segundo ele, se o Brasil mantiver o foco e cumprir o que se propõe, o país poderia atrair tanto capital que enfrentaria o “problema contrário”, um excesso de demanda.

Otimismo cauteloso e potencial do “friend-shoring”

Francisco Lassalvia, diretor de negócios de atacado do Banco do Brasil, adotou uma perspectiva mais otimista, ressaltando que o Brasil está na direção certa, apesar de o ritmo de avanço poder ser melhor. Lassalvia destacou que o país se beneficiará das tendências de “friend-shoring” e “near-shoring,” que priorizam parceiros econômicos confiáveis e próximos, respectivamente. Ele apontou que o Brasil possui marcos regulatórios robustos no mercado de capitais, mas ressaltou a importância de aprovar reformas, como a tributária, para maximizar o potencial de atração de capitais.

Lassalvia ainda mencionou o impacto do cenário econômico dos EUA, onde se observa um “pouso suave” com queda nas taxas de juros, o que pode ter efeitos positivos para o Brasil, como uma possível redução de juros no segundo semestre de 2025.

Inovação e regulação: o diferencial do sistema financeiro brasileiro

Livia Chanes, CEO do Nubank, destacou a estrutura regulatória do sistema financeiro brasileiro como um ponto positivo para inovação. Ela afirmou que o ambiente regulatório fomenta a competitividade, permitindo que novos modelos de negócios prosperem e se beneficiem de uma população aberta a testar novidades. Segundo Chanes, esse é um diferencial que atrai empresas e investidores para o Brasil, onde é possível explorar o potencial de inovações no setor financeiro.

A fala dos líderes no Fórum reforça que, embora o Brasil possua grandes vantagens para atrair investimentos, é necessário foco e execução de políticas para consolidar sua posição como destino preferencial para capitais estrangeiros.

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