Confira quais bancos devem pagar mais dividendos em 2024
O Itaú encerrou o quarto trimestre de 2023 com um Retorno sobre o Patrimônio Líquido (ROE) de 21,2%

Os quatro grandes bancos registraram um lucro combinado de R$ 96,9 bilhões ao longo de 2023. Itaú (ITUB3; ITUB4) e Banco do Brasil (BBAS3) se destacaram como os líderes em rentabilidade, ambos com ganhos de R$ 35,6 bilhões. Em terceiro lugar ficou o Bradesco (BBDC3; BBDC4), com lucro de R$ 16,3 bilhões, seguido pelo Santander (SANB11), que teve um lucro de R$ 9,4 bilhões no ano passado. Com resultados impressionantes, Itaú e Banco do Brasil despontam como escolhas atrativas para investimentos no setor bancário em 2024. "Com foco em dividendos, nossas preferências entre os grandes bancos são o Itaú e o Banco do Brasil, com uma inclinação maior para o Itaú", afirma Luis Novaes, analista da Terra Investimentos.

Essa preferência por Itaú e BB ocorre devido à gestão sólida dessas instituições, que não foram afetadas pela inadimplência ao longo de 2023. O Itaú encerrou o quarto trimestre de 2023 com um Retorno sobre o Patrimônio Líquido (ROE) de 21,2%, enquanto a inadimplência foi de 2,8% no ano passado. O Banco do Brasil registrou o maior ROE entre os grandes bancos, atingindo 22,5%, com inadimplência de 2,9%.

No entanto, o Bradesco teve uma trajetória diferente. A inadimplência do banco de Osasco saltou para 6,1% no terceiro trimestre de 2023. Embora tenha havido uma redução no trimestre seguinte, a instituição encerrou o ano com inadimplência em 5,2%. Isso resultou em um aumento nas Provisões para Devedores Duvidosos (PDD), que passaram de R$ 32,3 bilhões em 2022 para R$ 39,5 bilhões em 2023, um crescimento de 22,4%. Com isso, o ROE do Bradesco registrou uma queda de 4,4 pontos percentuais no quarto trimestre de 2023, caindo de 11,3% no terceiro trimestre para 6,9% no período seguinte.

Diante desses desafios, o Bradesco anunciou uma reestruturação com mudanças em três vertentes: redução de diretores para corte de custos, maior investimento em tecnologia e ampliação de empréstimos e outros serviços bancários para clientes de alta renda. No entanto, o CEO da empresa, Marcelo Noronha, alertou que os resultados dessas iniciativas não serão imediatos. "Vamos colher ao longo de cinco anos, trimestre a trimestre", afirmou Noronha em entrevista coletiva em 7 de fevereiro.

Os analistas da Ativa Investimentos acreditam que o Bradesco ficou para trás devido à sua situação nos últimos balanços. Eles afirmam que uma recuperação da rentabilidade do banco levará tempo, mesmo em um ciclo mais positivo de crédito nos próximos anos.

O Santander enfrenta desafios semelhantes. O banco espanhol teve um ROE de 12,3% no quarto trimestre de 2023, maior que o do Bradesco, mas menor que os ROEs do Banco do Brasil e do Itaú, que ficaram acima de 21%. De acordo com Matheus Nascimento, analista da Levante, esses fatores fazem com que o Santander perca atratividade em comparação com o Itaú e o Banco do Brasil. "O Santander possui uma tese similar à do Bradesco, especialmente em termos de concorrência e posicionamento nos segmentos de atuação. Assim, embora haja indicativos de que esses bancos retomem o ritmo de expansão, Itaú e Banco do Brasil estão muito à frente", comenta Nascimento.

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