Haddad atribui reação negativa do mercado a boatos sobre relatório de revisão bimestral
O ministro reforçou que o relatório aponta a necessidade de "algum bloqueio" para cumprir a regra do arcabouço fiscal, que limita o crescimento das despesas a 2,5%

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que a reação negativa do mercado nesta sexta-feira (20) foi causada por boatos infundados após o adiamento da coletiva de imprensa para explicar o relatório de revisão bimestral de despesas e receitas. A coletiva, inicialmente prevista para sexta foi adiada para a próxima segunda-feira (23).

"Uma série de boatos começaram a circular, completamente improcedentes. Mas vamos ver que, na segunda-feira, as notícias são boas. A arrecadação continua vindo em compasso com as perspectivas da Receita [Federal], as despesas estão acomodadas no teto de gasto, como previsto", disse Haddad após um evento na USP, em São Paulo.

O ministro reforçou que o relatório aponta a necessidade de "algum bloqueio" para cumprir a regra do arcabouço fiscal, que limita o crescimento das despesas a 2,5%. Ele destacou que, apesar da redução da contenção total de R$ 15 bilhões do último relatório, o governo está "performando melhor". "Essa é a verdade. Todo mundo esperava, no começo do ano, um descontrole das contas, que não aconteceu", afirmou Haddad, mencionando a capacidade do governo de compensar as desonerações e pressões orçamentárias.

Ao ser questionado sobre se o governo estaria superestimando as receitas, o ministro negou e afirmou que "é o contrário". Ele explicou que a equipe econômica está agindo de acordo com as recomendações do Tribunal de Contas da União (TCU), incluindo expectativas relacionadas ao Conselho de Administração de Recursos Fiscais (Carf). "Estivemos no TCU para entender a dinâmica deles", acrescentou.

Haddad também esclareceu que o governo não está considerando certas receitas de programas já aprovados pelo Senado, como a atualização de valores imobiliários ou o uso de depósitos pelo Banco Central para alcançar metas fiscais. Ele reafirmou o compromisso com a transparência: "Agora, você não controla esse tipo de rumor. Você não consegue controlar, a não ser com transparência, que é o que vai acontecer na segunda-feira", concluiu.

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