Cursos online devem permanecer mesmo no pós-pandemia
O modelo que se tornou ainda mais palpável durante a pandemia deve permanecer em alta mesmo no pós-covid

De acordo com o censo do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisa (Inep), a modalidade EAD teve um salto de 378,9% em matrículas de ingressantes de 2009 a 2019. No primeiro ano, eram 330.000 estudantes, enquanto que no último, foram mais de 1 milhão e meio de pessoas que investiram nisso. Segundo especialistas, devido aos benefícios do mercado digital, o modelo que se tornou ainda mais palpável durante a pandemia deve permanecer em alta mesmo no pós-covid.

“As pessoas que ainda tinham um receio de aderir à modalidade foram conduzidas a investir nos cursos online, sejam eles livres, de graduação, gratuitos ou pagos. Experimentando os benefícios, por exemplo, qualidade de conteúdo oferecido, flexibilidade de horário e comodidade de realizar isso em casa, o ensino à distância deve permanecer aquecido mesmo quando tudo estiver se restabelecido", avalia Rafael Carvalho, COO da HeroSpark, plataforma unificada para empreendedores digitais.

O valor do tíquete médio de investimento em cursos online também cresceu. Segundo levantamento realizado pela HeroSpark, o aumento do investimento de alunos que participavam de cursos online pela plataforma foi de 6%. Em 2019, o valor era de 182,26 reais e em 2020 foi para 194,63 reais. A startup também percebeu um crescimento de mais de 50 vezes em matrículas de novos alunos nos cursos hospedados pela plataforma, além disso, foram mais de 60.000 novas contas cadastradas no último ano.

Isso foi percebido também por conta de novas oportunidades. Com o boom de soluções voltadas para o digital, surgiram novos empreendedores digitais, que utilizam a solução para criar e divulgar cursos e e-books. “Vimos todos os segmentos crescerem, temos clientes que fazem curso desde como fazer um bom churrasco, até ensino de línguas. A tendência é que cada vez mais as pessoas monetizem seu conhecimento, suas habilidades e paixões, será muito comum ver pessoas lançando algum infoproduto”, afirma Carvalho.

Ainda segundo o levantamento, os cursos que mais receberam matrículas em 2020 são: inteligência emocional, finanças pessoais, ciência da computação e design/marketing digital. Entretanto, o especialista afirma que essa tendência deve afetar as escolas e, principalmente, as graduações. De acordo com os dados do Mapa Ensino Superior no Brasil, lançado em junho, o ensino superior da rede privada sofreu uma queda de 8,9% nas matrículas em cursos presenciais durante o primeiro semestre do ano, enquanto a modalidade EAD viu a procura subir 9,8% no mesmo período.

“Um outro movimento que pode ocorrer no caso das universidades e escolas é a transformação para o modelo híbrido, onde o aluno poderá escolher se irá ou não até o local de aula. Algumas escolas estudam aderir para sempre as plataformas de envio de atividades ou mesmo, plataformas gamificadas e a projeção de imagens de alunos que participam online, na sala de aula, para simular o encontro e melhorar a interação entre alunos e professores”, finaliza o especialista.

redacao
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