Em setembro, o valor médio das passagens aéreas para voos internos no Brasil atingiu R$ 747,66, o mais alto desde o início da série histórica, conforme análise do g1 com base em informações da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).
A metodologia da Anac, que começou em junho de 2010, calcula a média de preços de todos os assentos vendidos no período, excluindo taxas aeroportuárias e ajustando os valores pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
O último dado, referente a setembro deste ano, sugere uma tendência de aumento nos próximos meses. As passagens aéreas tiveram grande impacto no IPCA de outubro e novembro, com um aumento acumulado de 35,24% no ano, conforme dados recentes do IBGE.
Especialistas apontam o endividamento das companhias aéreas como principal razão para os altos preços, apesar da estabilização do dólar e da redução no custo do Querosene de Aviação (QAV) em comparação a 2022.
Em resposta, o programa “Voa Brasil” foi proposto, visando oferecer passagens a R$ 200. O ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, discutiu em novembro com as companhias aéreas sobre planos para diminuir os preços das tarifas.
A Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear), representando Gol e Latam, mencionou que a aviação ainda sofre com problemas na cadeia de suprimentos devido à pandemia e instabilidade geopolítica.
A Abear destacou que 60% dos custos das companhias são influenciados pelo câmbio do dólar, que aumentou 19% de 2019 a 2022, e o preço do QAV, correspondente a 41% dos custos, subiu 145% em uma década. Segundo a associação, a tarifa média doméstica de janeiro a setembro de 2023 teve um aumento de 14% em relação a 2019, e o QAV subiu 86%.
A Azul comentou que os preços variam conforme diversos fatores, incluindo rota, sazonalidade, compra antecipada, disponibilidade de assentos e elementos externos como alta do dólar, custo do combustível e conflitos internacionais.
O que interfere no valor?
O cálculo da tarifa média se baseia em todos os assentos comercializados em um determinado período, mas passagens compradas em cima da hora do voo, por exemplo, tendem a ser bem mais caras do que as compradas com antecedência. Veja, abaixo, fatores que influenciam no preço final pago pelo consumidor:
