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O pacote econômico anunciado pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, como alternativa ao aumento do IOF, tem gerado fortes críticas de entidades, economistas e representantes do setor privado. As principais preocupações apontadas são o encarecimento do crédito e o impacto nos preços ao consumidor. Especialistas afirmam que, ao focar no aumento de impostos sobre o setor financeiro e sobre títulos de renda fixa hoje isentos, o governo eleva o custo do capital sem atacar o problema central: os gastos públicos.
Economistas como Rafaela Vitória (Inter) e Alexandre Espírito Santo (Way Investimentos) destacam a ausência de medidas estruturais e de corte de despesas, reforçando que a solução apresentada não traz alívio fiscal de longo prazo. Gustavo Cruz (RB Investimentos) acrescenta que a expectativa do mercado era por mudanças estruturais, o que não se concretizou com os anúncios.
Setores diretamente afetados também se manifestaram. A Abrainc estima que a tributação das LCIs elevará os juros do crédito imobiliário em até 0,7%, afastando compradores, especialmente da classe média. A CBIC, por sua vez, alerta para a redução de recursos para habitação e critica a ausência de medidas de eficiência no gasto público, lembrando o déficit de 7 milhões de moradias no país. A Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) também se opôs à taxação das LCAs, afirmando que o custo será repassado ao preço dos alimentos.
As medidas incluem uma nova medida provisória para compensações de arrecadação, mudanças no decreto do IOF, uma PEC para rever benefícios fiscais e promessas de controle de gastos. No entanto, todas ainda dependem de aprovação no Congresso, onde já enfrentam resistência significativa.