Tarifa americana de 50% sobre aço entra em vigor e pressiona setor brasileiro
Brasil responde por 14,9% do aço importado pelos EUA e depende fortemente do mercado americano, que absorve quase metade das exportações do setor

As tarifas de 50% sobre aço e alumínio importados pelos Estados Unidos entraram em vigor nesta quarta-feira (4), conforme decreto assinado pelo ex-presidente Donald Trump. A medida dobra os 25% já em vigor desde fevereiro e afeta diretamente o Brasil, segundo maior fornecedor de aço aos EUA, com vendas de quase US$ 4,7 bilhões em 2024. O Canadá lidera o mercado, seguido por Brasil, México, Coreia do Sul e Alemanha.

Com participação de 14,9% nas importações norte-americanas de aço e ferro, o Brasil depende fortemente desse mercado: 47,9% das exportações brasileiras do setor em 2024 tiveram os EUA como destino. Em contrapartida, os americanos também importaram mais de US$ 100 bilhões em produtos relacionados a aço e alumínio no ano passado, sendo o Brasil o mais impactado entre os fornecedores emergentes.

O governo brasileiro, por meio do Ministério do Desenvolvimento, tem defendido o diálogo para reverter a medida. O vice-presidente Geraldo Alckmin classificou a tarifa como "equivocada" e reforçou que a negociação é o melhor caminho. O presidente Lula, no entanto, não descarta levar o caso à OMC ou adotar medidas de reciprocidade.

Apesar da gravidade do impacto sobre as exportações brasileiras, o Mdic ainda não se manifestou oficialmente sobre a nova rodada de tarifas.

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