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Uma abordagem estatística desenvolvida por pesquisadores da Queen Mary University of London, da Inglaterra, que combina resultados de estudos relevantes para vitamina D demonstrou que a suplementação desta vitamina apresenta segurança e proteção contra infecção aguda do trato respiratório, doença comum nos meses mais frios do ano.
O estudo foi publicado no periódico The British Medical Journal, uma das revistas científicas mais relevantes do mundo.
A pesquisa, que contou com 11.321 pacientes, de 0 a 95 anos, constatou que pacientes com maior carência de vitamina D e aqueles que não receberam doses em bolus -- modo de administração do suplemento para aumentar rapidamente a concentração da vitamina no organismo -- foram os mais beneficiados.
Os efeitos protetores foram observados naqueles que receberam vitamina D diariamente ou semanalmente. De acordo com o estudo, a dosagem em bolus pode fazer oscilar a concentração de vitamina D no corpo e, consequentemente, desregular as enzimas responsáveis pela síntese e degradação dos resíduos remanescentes da vitamina.
Segundo a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT), as infecções respiratórias agudas são a terceira causa mundial de morte em adultos, sendo a pneumonia a grande representante. No Brasil, somente em 2021, foram mais de 400.000 hospitalizações por conta da doença.
“Os resultados desta pesquisa são muito valiosos para a definição de medidas de cuidado em saúde em momentos de maior incidência dessas doenças. A vitamina D é conhecida por sua importante ação nos ossos e músculos. Mas, ela também pode proporcionar benefícios na imunidade por sua ação imunomoduladora, reduzindo os riscos e melhorando a evolução das infecções respiratórias. Sabe-se que no inverno há menos exposição à radiação solar e redução dos níveis de vitamina D e a suplementação diária ou semanal com cápsula ou comprimido pode ser uma importante aliada na reposição e manutenção da vitamina”, comenta o médico, ex-secretário de saúde Campinas SP e consultor de saúde.
As análises foram feitas em subgrupos, definidos de acordo com o status basal de vitamina D, regime de dosagem de vitamina D (diário ou semanal sem dosagem em bolus versus regime incluindo pelo menos uma dose em bolus), tamanho da dose, idade (≤1 ano, 1,1-15,9 anos, 16-65 anos, >65 anos), índice de massa corporal (< 25 v ≥25), e presença comparada com ausência de asma, doença pulmonar obstrutiva crônica e vacinação prévia contra influenza.