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Na última quarta-feira (20), como esperado, o Comitê de Política Monetária (Copom) seguiu o ciclo de corte de juros com uma queda de 0,50 ponto percentual (p.p.) na taxa Selic, que passou de 13,25% para 12,75% ao ano.
Com isso, analistas de mercado monitoram quais ações são oportunidades nesse cenário de corte das taxas.
Conforme destaca a equipe de estrategistas e analistas da XP, ao analisar o ciclo de queda de juros no Brasil, o primeiro sinal de que o mercado já precificava um início de ciclo de cortes na taxa de juros foi em 8 de março — desde então, o Ibovespa já valorizou mais de 10% (apesar da queda do índice em agosto, mês do primeiro corte de juros), também puxado pela expectativa de reduções na Selic.
Mesmo com esse movimento, os analistas que assinam o relatório acreditam que ainda há espaço para a Bolsa valorizar daqui para frente.
Eles apontam que o início do ciclo de flexibilização monetária no Brasil em agosto foi ofuscado pelo aumento das taxas de juros globais, o que levou a uma baixa do Ibovespa no mês passado — mas ainda veem o corte de juros por aqui como positivo para as ações brasileiras à medida que finalmente se caminha para sair de níveis de juros restritivos.
Além disso, apontam como potenciais catalisadores o potencial retorno dos fluxos, especialmente dos fluxos domésticos e níveis de valuation muito descontados.
Setorialmente, os especialistas da XP apontam que Saúde e Educação vêm apresentando ralis significativos desde os primeiros sinais do ciclo de corte da taxa de juros. No entanto, a divergência nos comportamentos históricos dos setores nesse regime torna desafiador prever se essas ações continuarão a manter sua trajetória de alta nos preços.
Por outro lado, possuem uma perspectiva otimista para os setores que tiveram desempenho em linha ou abaixo das medianas históricas, e mostraram um padrão bem definido de desempenho positivo nos primeiros 100 dias de negociação após o início de um ciclo de flexibilização.
A análise da casa aponta para os potenciais beneficiários do cenário atual, que incluem: Agronegócio, Alimentos e Bebidas; Bancos e Instituições Financeiras; Varejo; Transporte; Tecnologia, Mídia e Telecomunicações (TMT); Elétricas e Saneamento.
Os analistas acreditam que fatores de maior risco podem mostrar retornos assimétricos adiante, com potencial desempenho superior no cenário de corte de juros. Portanto, também preferem os fatores Small Caps, Alto Risco, Alto Crescimento e Forte Momentum.
Com base em suas preferências de setores e fatores, a XP realizou um filtro para identificar ações individuais bem-posicionadas no cenário atual.
Assim, olharam para as seguintes características para destacarem as ações que mais devem se beneficiar com o ciclo de cortes da Selic: i) Coberto pela XP Research com recomendações de Compra ou Neutro; ii) Pertence aos setores: Agro, Alimentos e Bebidas; Bancos e Instituições Financeiras; Varejo; Transporte; TMT ou Elétricas & Saneamento; iii) e que deve apresentar pelo menos duas das seguintes características: Alto Momentum; Alto Crescimento; Alto Risco; seja Small Cap.
Com isso, os analistas chegaram à lista a seguir, composta por 13 ações: M.Dias Branco (MDIA3), 3Tentos (TTEN3), Jalles Machado (JALL3), Méliuz (CASH3), Grupo Mateus (GMAT3), Vulcabras (VULC3), C&A (CEAB3), GPA (PCAR3), Petz (PETZ3), Locaweb (LWSA3), Positivo (POSI3), Ecorodovias (ECOR3) e Azul (AZUL4).